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28 DE OUTUBRO DE 2020

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políticas, as decisões e os caminhos que assumiram e que nos trouxeram até aqui. Anda, enfim, a escrevê-lo

em capítulos, Orçamento após Orçamento.

É bom lembrar que o apoio ao Governo do PS pelos partidos à sua esquerda foi sempre motivo de grande

satisfação e orgulho por esta troica que nos governou nos últimos cinco anos.

Diziam que tudo tinha corrido bem! Que era para continuar! Que em equipa que ganha não se mexe! Que o

PS governaria com o apoio dos partidos da geringonça! Reclamavam todos o melhor dos mundos! Isto

aconteceu muito recentemente, na própria campanha eleitoral, como sabem.

Mas a vida das pessoas, como a vida dos países, tem destas coisas: consegue sempre surpreender-nos,

há sempre variáveis que alteram a realidade.

Mas o que era exigível neste tempo, neste momento? No mínimo, que fossem capazes de trazer a esta

Assembleia um Orçamento com um acordo que diziam «aos sete ventos» que andava em negociações e que

só podia correr bem!

Neste momento, a pergunta muito simples que todos os portugueses fazem é esta: onde está o sentido da

responsabilidade quando assistimos, nas últimas semanas, a amuos — ainda hoje, se viu neste debate —, a

acusações graves, a linhas vermelhas que demonstram que, perante uma crise, perante as dificuldades,

quando o País mais precisa, não há sentido de Estado, mas apenas obstáculos? O que vos posso dizer é que

isto não é aceitável. Não é aceitável que se brinque com os portugueses!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Hoje, mais do que nunca, é fundamental que fique muito claro — hoje tem de ficar claro isso mesmo — que o Partido Socialista, nos últimos 15 anos, para não ir mais para trás,

governou 11 e que, nestes 15 anos, só houve um Governo do PSD/CDS que teve como missão salvar o País

e resolver o Memorando da troica, assinado por um Governo do Partido Socialista que tinha levado Portugal à

falência.

O facto é que, nos últimos cinco anos, o Governo do Partido Socialista, com o apoio do Bloco de Esquerda

e do PCP, não preparou o País. Conseguiu recordes sucessivos de carga fiscal sobre os portugueses, não

apostou na competitividade da economia portuguesa, não reduziu a carga fiscal muito elevada sobre as

empresas, antes pelo contrário, não investiu no Serviço Nacional de Saúde, não fez reformas estruturais que

permitissem reduzir os custos de contexto das empresas.

Também é verdade que a pandemia criou circunstâncias excecionais, mas o reconhecimento da

excecionalidade não pode conduzir à mistificação perigosa e paralisante de que antes estava tudo bem,

estava tudo controlado e que foi só a pandemia que veio estragar tudo.

Da mesma forma, não podemos fazer de conta que o País nasceu há nove meses, com a pandemia. Mas

também não podemos «zerar» os cinco anos de governação socialista e apagar todas as suas deficiências e

insuficiências, as suas opções erradas, a sua forma de fazer política avulso, sempre para o presente e nunca

para o futuro. E isto faz toda a diferença.

Uma boa governação não teria nunca evitado a pandemia, bem o sabemos. Mas uma governação assente

em opções políticas erradas acrescenta sempre problemas aos problemas. Aí vimos a ausência de estratégia

e de rumo para Portugal, muito assente no ADN (ácido desoxirribonucleico) do Partido Socialista.

A verdade é que uma boa governação teria deixado o País em melhores condições para atacar a crise não

apenas na frente da saúde, mas também na economia. Já uma má governação apenas contribui para

estarmos no estado em que nos encontramos hoje.

Aplausos do PSD.

Na verdade, a narrativa de sucesso ficou mais exposta com esta pandemia. É esta ausência de estratégia

que tem colocado Portugal em muito maus lençóis quando falamos em competitividade da economia

portuguesa.

A verdade é que o Governo quis fazer um Orçamento «Vai ficar tudo bem», mas só à esquerda. Mas, como

vimos, nem aí está tudo bem, porque o Bloco de Esquerda resolveu, desta vez, não «geringonçar».