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I SÉRIE — NÚMERO 23

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Desta forma, é estabelecido um regime que permite a aplicação de tarifas sociais, que os municípios, quer

de forma própria, quer através dos seus sistemas multimunicipais, atribuem aos seus munícipes, e que permite

assegurar o respetivo abastecimento de água.

No entanto, existem situações em que o titular do abastecimento não são os municípios, nem os respetivos

sistemas multimunicipais, mas, sim, empresas detidas pelo Estado, como é bom exemplo o município de

Lisboa e a própria EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres), em que as receitas dessas tarifas e outras

receitas revertem para essas empresas e não para os municípios.

Assim, esta alteração que o Grupo Parlamentar do PS apresenta vem justamente clarificar e rever essas

situações, para que, nesses casos, seja o Estado central a assumir esse diferencial tarifário, uma vez que

esses municípios, nesses casos, não têm qualquer intervenção ou receita com o abastecimento de água.

Mais importante do que isso, esta alteração também permite uma maior abrangência e aumenta de forma

muito significativa o número de pessoas a que se possa aplicar estas tarifas, tão importantes para muitos

nestes momentos difíceis que todos vivemos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos agora à proposta, apresentada pelo PEV, de aditamento de um artigo 196.º-A — Avaliação ambiental estratégica para aferir melhores opções ao nível

aeroportuário.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, toda a gente sabe que a decisão Lisboa+1, com o alargamento do aeroporto da Portela e a construção de um

aeroporto no Montijo, é uma solução de interesses, porque é a opção mais barata e mais lucrativa para a

Vinci, o que não quer dizer que seja a melhor para o País.

Toda a gente sabe que isso foi a razão para o finca-pé do Governo em não fazer a avaliação ambiental

estratégica, uma avaliação exigida por lei que permitiria fazer a comparação entre localizações. A qualidade de

vida e a saúde da população, assim como a proteção do estuário do Tejo, um dos mais importantes da

Europa, que deviam ser peças-chave para a tomada de decisão em nome do interesse estratégico do País, de

nada valeram contra a vontade de uma empresa privada estrangeira.

Depois de dizer que a decisão está tomada e que não há plano B, o Governo voltou agora atrás. No debate

orçamental, o Ministro Pedro Nuno Santos admitiu fazer a avaliação ambiental estratégica. Se ganhou juízo,

ainda bem. Votaremos a favor de todas as propostas nesse sentido.

Mas, neste momento, é preciso que o Governo faça mais do que uma declaração de intenções e garanta

que todas as opções para a gestão aeroportuária da região de Lisboa se mantêm em aberto.

A única avaliação ambiental estratégica que foi feita sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa

comparou a Ota com o Campo de Tiro de Alcochete e a declaração de impacte ambiental escolheu Alcochete

como a melhor opção. Esta declaração de impacte ambiental caduca no próximo dia 9 de dezembro. O seu

período de vigência tem de ser prorrogado porque só assim se garante a transparência das decisões e se

protege o interesse público. E, por isso mesmo, o Bloco de Esquerda vai entregar também um projeto com

esse objetivo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, do PEV, que é o autor desta iniciativa.

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, em janeiro de 2019, como todos certamente se lembrarão, o Governo assinou com a Vinci um acordo que deixou o País perplexo, uma vez que

estava a assumir um compromisso para a construção de um novo aeroporto no Montijo sem que estivesse

sequer concluída a avaliação de impacte ambiental em curso.