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25 DE NOVEMBRO DE 2020

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O Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas (Jorge Delgado): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, aproveito a oportunidade para fazer duas referências em relação a duas propostas patentes nos

artigos 206.º e 207.º da proposta de lei.

Relativamente ao artigo 206.º — Contratação de trabalhadores aposentados para a área de manutenção de

material circulante, apraz-me dizer o seguinte: é reconhecido, penso que hoje por todos, que aquilo que foi

anunciado como uma aposta clara na ferrovia está a ser objetivamente cumprido. A CP (Comboios de

Portugal) abriu uma oficina que estava encerrada há muito tempo em Guifões; a CP tem recuperado material

circulante que estava encostado há muitos anos e que hoje já circula na linha de Sintra; a CP, para acelerar o

processo de ter mais carruagens disponíveis para a operação que faz todos os dias, adquiriu um conjunto de

51 carruagens Arco à Renfe (Red Nacional de los Ferrocarriles Españoles) e está prestes a começar a operar

com essas carruagens, acelerando um processo de aquisição, porque, quando são novas, demoram muito

mais tempo.

Isso só é possível, naturalmente, com a medida complementar adotada de contratação de recursos

humanos, de trabalhadores, para a CP, permitindo que todos os trabalhadores que foram saindo, por uma

razão ou por outra, sejam repostos e, mais do que isso, aumentando o seu efetivo, com o reforço dos quadros

da CP. Essa contratação está em curso e continuará, contribuindo não só para o reforço, mas também para o

rejuvenescimento dos quadros da CP.

Este rejuvenescimento dos quadros da CP tem, naturalmente, como consequência, a necessidade de

formação destes novos trabalhadores. Decidiu-se fazer uma aposta no sentido de contratar alguns

trabalhadores da CP que, já estando aposentados, com alguma bonomia, diria, se estão a disponibilizar para

voltar a trabalhar durante um período adicional com a CP, para ajudar a acelerar a formação destes quadros.

É por essa razão que esta proposta patente no artigo 206.º aqui está, para permitir a continuação da

contratação de trabalhadores aposentados, de forma a acelerar-se o processo de formação dos quadros desta

gente jovem da CP.

Relativamente ao artigo 207.º, diria que, como é do conhecimento de todos, o Governo elegeu a ferrovia

como elemento central e imprescindível para o desenvolvimento social e económico do País. O investimento

que estamos a fazer não tem paralelo na história das últimas décadas.

Assim sendo, em sintonia com esta opção, é imperativo suprir a lacuna que resulta objetivamente da

inexistência de um plano regulador da rede ferroviária nacional.

Propõe-se, assim, o Governo elaborar um plano ferroviário nacional que assente em princípios de

sustentabilidade e que estabeleça um modelo de rede coerente.

Com este plano que nos propomos elaborar, são definidas, entre outras coisas, as linhas ferroviárias

vocacionadas para serviço de passageiros de âmbito nacional, metropolitano e regional, garantindo a sua

adequada interligação e a sua extensão a todo o território. Será, também, estabelecida uma adequada ligação

da rede ferroviária ao restante ecossistema de modos de transporte. Serão trabalhadas as ligações portuárias

e aeroportuárias como elementos fundamentais de dinamismo económico destas unidades e serão, ainda,

estabelecidas as ligações transfronteiriças ibéricas e a sua integração na rede transeuropeia de passageiros e

de mercadorias.

A importância deste plano, enquanto instrumento de ação da prioridade política que o Governo atribuiu à

ferrovia, faz com que seja intenção do Governo que este plano seja elaborado o mais rapidamente possível.

Trata-se de um documento estrutural e queremos que seja um documento muito bem ponderado do ponto de

vista técnico e de planeamento, e também muito participado. Prevemos, por isso, várias fases na sua

elaboração, de que fazem parte conferências de debate, sessões de debate público nas cinco regiões do País,

abertas, portanto, a todo o público, para lá, naturalmente, do envolvimento desta Assembleia da República.

Sabemos da urgência e da importância deste documento, mas queremos fazê-lo com toda a ponderação. É

isso que nos propomos fazer durante 2021, tal como consta da proposta de Orçamento para 2021.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do Ambiente, Inês Costa.