26 DE NOVEMBRO DE 2020
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O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma intervenção no âmbito do mesmo artigo, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Miguel Carvalho, do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Miguel Carvalho (PSD): — Sr. Presidente, queria cumprimentá-lo a si, bem como aos Srs. Secretários de Estado e aos Srs. Deputados.
A frase que o Sr. Ministro da Economia proferiu em tempos, que «o fundo perdido hoje seria imposto
amanhã», é um claro sinal que não se deve dar às empresas, é um claro sinal que não se deve dar à economia
e o debate que vários Deputados do Partido Socialista, por várias vezes, fizeram com vários empresários é
exatamente o sinal contrário que se deve dar aos empresários e às empresas.
Sr.as e Srs. Deputados, o que os empresários precisam é que as palavras que os senhores proferiram em
tempos, quando falavam das exportações, do crescimento económico e do investimento — que, na realidade,
são responsabilidade dos empresários, porque eles foram os verdadeiros craques da economia e das finanças
—, agora não caiam em saco roto e que os impostos que os empresários pagaram no passado não sejam um
fundo perdido hoje nas mãos do Governo.
Portanto, as medidas para apoiar os empresários são fundamentais. O alargamento de medidas que
permitam que as entradas de capital possam ter uma dedução para quem faz esse esforço junto das empresas
é um sinal fundamental. Vamos passar dos sinais às ações.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Vamos entrar no âmbito do artigo 243.º — Benefícios fiscais para a conservação e redução do consumo energético.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, a proposta 274-C, que Os Verdes apresentam, de aditamento de um artigo 243.º-A, pretende criar estímulos fiscais
para a conservação e redução do consumo energético ao nível das micro, pequenas e médias empresas.
Apresentamos esta proposta porque hoje são amplamente reconhecidos os benefícios da redução do
consumo e a garantia da eficiência energética, objetivos fundamentais para atingir melhores desempenhos
ambientais e para combater também o défice energético do País.
Neste campo, o setor empresarial e produtivo tem ou pode ter também um importante contributo a prestar e
há ainda muito que se pode e deve fazer com vista a atingir esses objetivos.
Desta forma, os incentivos que forem atribuídos neste âmbito não devem ser encarados como despesa, mas
sim como um investimento necessário e importante, com um retorno bastante relevante do ponto de vista das
metas e desempenhos da política ambiental e energética, sobretudo em tempos em que o combate às alterações
climáticas é mais do que uma urgência.
Ora, o combate às alterações climáticas também passa, e de que maneira, pelas questões da energia,
sobretudo no que diz respeito à redução do consumo e à garantia da eficiência energética. Por isso, esta
proposta de Os Verdes tem um alcance muito significativo no esforço que tem de ser feito para que o nosso
País possa assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos no plano internacional, desde logo, no
Acordo de Paris, para que possa reduzir a emissão de gases com efeito de estufa e encarar, com todo o sentido
de responsabilidade, a ameaça climática que temos pela frente.
Resta-nos agora aguardar pela recetividade das restantes bancadas quanto a esta proposta, que mais não
visa, como disse, do que criar as condições para que as micro e pequenas empresas possam investir na redução
do consumo e na eficiência energética, pretendendo, ao mesmo tempo, contribuir para combater o défice
energético do País.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Entramos agora no âmbito do artigo 247.º — Alteração ao Código Fiscal do Investimento.