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26 DE NOVEMBRO DE 2020

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conjunto de medidas relativas à evolução da situação epidemiológica do novo coronavírus, levando à suspensão

de milhares de serviços e empresas.

Face aos impactos a nível económico e social, foi estabelecido um conjunto de medidas e apoios, ainda que

aquém das necessidades dos trabalhadores e das famílias, que viram os seus rendimentos reduzir-se

drasticamente, desde logo os que foram colocados em layoff, para não falar dos milhares de precários que foram

despedidos de um dia para o outro.

Relativamente aos trabalhadores independentes, muitos dos quais ligados à cultura, setor que praticamente

paralisou, o apoio extraordinário à redução da atividade económica foi manifestamente insuficiente, tendo Os

Verdes apresentado propostas que iam ao encontro das suas expectativas, aumentando o apoio anunciado para

valores iguais ou superiores ao IAS (indexante dos apoios sociais). No entanto, tal medida, embora aprovada,

acabou por ser vetada pelo Sr. Presidente da República.

O apoio extraordinário à redução da atividade económica do trabalhador viria a ser alargado, no âmbito do

Orçamento Suplementar, aos sócios-gerentes das micro e pequenas empresas, aos empresários em nome

individual, bem como aos membros dos órgãos estatutários de fundações, associações ou cooperativas. Ou

seja, enquanto para os trabalhadores independentes o teto máximo do apoio foi o valor do salário mínimo

nacional, independentemente da remuneração base, no caso dos apoios aos sócios-gerentes, o limite

estabelecido foi de três vezes essa remuneração mínima mensal garantida.

Para além de ser justo equiparar o apoio extraordinário à redução da atividade económica, é igualmente

necessário assegurar o alargamento do seu horizonte temporal, ou seja, dos atuais seis meses para, pelo

menos, um ano.

As últimas semanas dão bem o sinal da angústia de milhares de micro e pequenos empresários e de

trabalhadores independentes. Saiba este Parlamento interpretar esses sentimentos e aprovar medidas que os

mitiguem.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos ao artigo 249.º — Programa de apoio e estímulo ao consumo nos setores do alojamento, cultura e restauração («IVAucher»).

Tem a palavra o Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, do CDS-PP.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo aqui presentes, como é evidente, queria começar por saudar e evocar a memória do 25 de Novembro.

Devia estar este Parlamento, precisamente hoje, a evocar essa mesma memória, a evocar esse passo de

consolidação da própria democracia. Aliás, um democrata convive bem com o 25 de Abril, como convive bem

com o 25 de Novembro.

Nesta data e nesta sessão, era importante evocar heróis da nossa democracia, como Ramalho Eanes ou

Jaime Neves.

Risos do Deputado do BE Nelson Peralta.

Sei que isto merece o sorriso da esquerda, mas esse sorriso da esquerda é um desrespeito perante a

transição para a ditadura que uma esquerda radical queria introduzir no País. Portanto, neste debate, evocar

essa mesma data, evocar essa mesma importância, como é evidente, é algo que devia dizer respeito a todos.

Falando agora do Orçamento do Estado, o CDS apresentou uma proposta, já aprovada no âmbito deste

Orçamento, que tem a ver com a contratação pública, trazendo mais transparência a todo o processo de

contratação, e que decorre de uma intervenção que o Presidente do Tribunal de Contas aqui fez.

Essa intervenção foi no sentido de passar a existir mais transparência, mais fundamentação nos contratos

celebrados por entidades públicas. Deve haver uma especial fundamentação de cada vez que sejam utilizados

mecanismos como, por exemplo, os ajustes diretos na ordem dos 5 milhões de euros. É essa transparência que

se exige, que é positiva e que foi aprovada precisamente neste Orçamento do Estado. Foi aprovada também a

fiscalização desses mesmos contratos por parte do Tribunal de Contas, o que, como é evidente, é igualmente

positivo.