4 DE DEZEMBRO DE 2020
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Luís Monteiro, tem de terminar.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente. Quando falamos de segurança no emprego, não falamos das propostas do PSD, porque as propostas do
PSD para a segurança do emprego são para facilitar, por via fiscal, as empresas. Essas são as mesmas
empresas que continuam a preferir não contratar doutorados em Portugal, por exemplo, que preferem
continuar a utilizar trabalho precário, justamente dos mais jovens.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigado, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Portanto, não se compreende esse rasgar de vestes por parte do PSD quando, na verdade, o que mais fez foi liberalizar o mercado de trabalho em Portugal e dificultar a vida de
muitos e muitos jovens neste País.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — O próximo pedido de esclarecimentos cabe à Sr.ª Deputada Maria Begonha, do Partido Socialista.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Alexandre Poço, naturalmente não deixamos de saudar o PSD pelo tema que aqui traz, hoje.
Há muito pouco tempo, no debate orçamental, tivemos oportunidade de dizer que, para o Partido Socialista,
este é naturalmente um dos desafios centrais do País, do desenvolvimento do País, do progresso que
queremos e que, dentro do centro do combate à crise económico e social que vivemos, estão os desafios dos
jovens. Falámos e debatemos, justamente, o problema da nossa geração, das gerações mais novas do País e
o facto de, numa curta década, enfrentarem uma segunda crise, que faz com que não seja novidade sermos
um País onde é difícil a emancipação dos jovens. Queremos, justamente, combater percursos adiados, a
dificuldade no acesso à habitação ou o confronto com a subida do desemprego jovem.
Mas, Sr. Deputado, a quem oiça a intervenção do PSD parecerá que o País começou hoje, que os nossos
problemas começaram hoje e que o Partido Social Democrata deu, nos últimos anos, um grande contributo
para resolver os problemas de emancipação dos jovens em Portugal. Sr. Deputado, não preciso de o recordar,
mas a realidade é que, nos últimos cinco anos, ano após ano, foram apresentados, nesta Casa, Orçamentos
que visavam a proteção do emprego. Este último Orçamento visou o maior investimento público para a
acessibilidade à habitação, para a educação e o ensino superior, ou seja, para um conjunto de políticas que o
Sr. Deputado identifica — e muito bem! — como sendo precisas para os jovens deste País.
Quero ouvir o Sr. Deputado, depois de termos ouvido o CDS, mas para nós, como sabe, quando o Estado
faz intervenção, isso é liberdade. A liberdade só se atinge quando o Estado, de facto, tem uma intervenção
pública e um papel para que todos, justamente, possamos tirar os jovens do limiar da pobreza.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Deve estar a brincar! Em que planeta é que vive?!
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Por isso, a pergunta que, naturalmente, tenho de colocar ao Sr. Deputado é a de saber se também entende que precisamos do tal Estado mínimo, que precisamos de recorrer à receita do
PSD ou à austeridade, que precisamos que o Estado social não cumpra o seu papel na intervenção da vida
dos jovens.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Nós consideramos a questão de outra forma e entendemos que aprovámos um Orçamento que responde a muitos destes problemas.