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5 DE DEZEMBRO DE 2020

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concelhos que ultrapassavam os 240 casos por 100 000 habitantes, quando o País, já nessa altura, em média,

tinha infeções na ordem dos 700 casos por 100 000 habitantes. Foi tarde! Notou-se, claramente, a falta de

planeamento e de prevenção por parte do Governo.

Eventualmente, se tivéssemos agido de outra forma, com planeamento, com prevenção, de forma atempada,

as medidas restritivas de circulação de liberdade e prejudiciais à economia teriam sido menores, não tão

gravosas, e os efeitos na economia seriam diferentes daqueles que se estão a sentir hoje.

Planeamento e prevenção salvam vidas, poupam vidas, poupam a economia e poupam empregos, e ficou

claramente demonstrado que a regulamentação deste estado de emergência podia ter sido feita de outra forma,

de uma forma mais eficaz, coisa que, aliás, veio a acontecer na segunda regulamentação do estado de

emergência, ao escalonarem-se as medidas por limite de infeções, de outra forma, que não como da primeira

vez. Se todos nós tivéssemos conhecido no verão, nos meses que antecederam a segunda vaga, as medidas

limitativas nos concelhos mediante a ultrapassagem de determinados limites de infetados, se o tivéssemos

sabido de forma atempada, teríamos agido de outra forma e, se calhar, o SNS não teria entrado na pressão que

entrou e a economia não estaria, hoje, a sofrer o que está a sofrer.

A segunda nota que queria deixar é em relação à economia ou, melhor, à falta de medidas de apoio à

economia. Provavelmente, este deve ser o único Governo que, ao mesmo tempo que anuncia medidas restritivas

para a economia, não apresenta qualquer medida compensatória de apoio à economia. Aquilo que se sente, Sr.

Ministro, é que, neste momento, o Governo está única e simplesmente à espera da chamada «bazuca» para

apoiar a economia, as nossas empresas, os nossos empresários e os nossos trabalhadores, mas não sabemos

quando é que essa «bazuca» vai chegar, nem sequer se ela vai mesmo chegar.

Apresentam medidas restritivas, mas não apresentam medidas de apoio à economia. Apresentam o

Orçamento, mas não temos medidas de apoio à economia. Quando chegar a «bazuca», esperemos que já não

seja tarde demais para salvarmos a economia, para salvarmos empregos. Esperemos, Sr. Ministro!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr.ª Ministra da Saúde e Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: A primeira nota que

gostaríamos de deixar é para saudar a informação prestada, não só no âmbito deste Relatório sobre o estado

de emergência, mas durante todo o período em que, não estando em vigor o estado de emergência, o Governo

nunca deixou de permitir à Assembleia ter mecanismos para controlar as medidas excecionais, decorrentes da

Lei de Bases da Proteção Civil, que hoje nos permitem um quadro completo para percebermos a evolução da

pandemia desde que terminou o último estado de emergência, em maio, até ao momento em que, infelizmente,

tivemos de voltar a declará-lo.

Há um contínuo que melhora esta análise e esta avaliação e que também nos permite ser claros na análise

quanto à proporcionalidade das medidas. Esta é a palavra-chave deste debate, esta é a palavra essencial para

percebermos o alcance do que se podia fazer, do que se fez e do que se continua a fazer. É inegável a

necessidade de medidas mais restritivas nesta fase.

Sr. Deputado André Neves, basta olharmos para o que se passa pela Europa fora, basta olharmos para o

que aconteceu noutros Estados, que foram surpreendidos pelas mesmas características, pela mesma dimensão,

pela mesma escala, mas que, ainda assim, adotaram medidas ainda mais gravosas, que mais penalizaram a

sua atividade, para bem vermos que aquilo que encontramos descrito no decreto que declara o estado de

emergência é um quadro mais adequado, mais proporcional, que tenta, tanto quanto possível, proteger a

economia até onde ela possa ser protegida e, acima de tudo, dar prioridade à proteção do Serviço Nacional de

Saúde, porque, queiramos ou não — e concordamos com aquilo que foi dito pelos Srs. Deputados do Bloco de

Esquerda, do PCP, do PAN e por outros Srs. Deputados que usaram da palavra —, são necessários mais meios,

meios esses que estão a chegar.

Infelizmente, a pandemia chega mais depressa do que muitos dos meios que são postos em prática para

reforçar o SNS e, por essa mesma razão, não podemos também prescindir das medidas que restringem as