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5 DE DEZEMBRO DE 2020

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são festas que o vírus desconhece, pelo que todos temos de ter consciência de que todo o cuidado é pouco e

que nenhum sacrifício é demais quando se trata de salvar uma vida humana.

Hoje, vamos autorizar novamente o estado de emergência, para permitir, à semelhança do anterior, medidas

restritivas diferenciadas consoante o risco de infeção, de modo a reduzir esse risco e a salvar vidas.

Tal como disse há 15 dias, não estamos a suspender a democracia, nem a atentar contra o núcleo duro dos

direitos fundamentais, mas tão-só a equilibrar a nossa liberdade com o bem-estar de todos. Tal como disse há

15 dias, também continuo hoje a ter a plena confiança de que o Governo continuará a usar estes poderes

ampliados com ponderação e proporcionalidade.

O Parlamento, mais uma vez, diz «presente» e participa ativa e democraticamente neste esforço coletivo de

luta contra a pandemia, pois não pode — como nunca poderá — fugir à sua responsabilidade de tomar decisões

difíceis quando se trata de proteger a vida, a saúde e o bem-estar da comunidade que deve servir.

Por todas estas razões, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista vai votar favoravelmente a renovação do

estado de emergência e vai fazê-lo com a certeza de que a sua necessidade vai terminar no dia em que

vencermos juntos esta batalha. Hoje, estamos muito mais próximos de vencê-la do que estávamos ontem, mas,

para tal, precisamos de continuar a correr esta maratona. Sei bem que os últimos quilómetros de uma maratona

são os mais difíceis de percorrer, porque acusam o cansaço de todos aqueles quilómetros que já corremos, mas

o facto de, em breve, termos uma vacina é uma luz ao fundo do túnel, que nos deve dar força para unirmos

todos os esforços para chegarmos a bom porto.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Constança Urbano de Sousa (PS): — Já concluo, Sr. Presidente. Tal não depende das instituições e dos Estados, depende também, e muito, de todos e de cada um de nós,

pois o vírus vive e alimenta-se do nosso comportamento e dele depende a vida de muitas pessoas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PSD, a Sr.ª Deputada Mónica Quintela.

A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Os dados que conhecemos da pandemia mostram que as medidas restritivas dos contactos

sociais têm surtido efeito na diminuição do contágio e da propagação do vírus, levando a um decréscimo do

número de infetados e de mortes.

Os especialistas ouvidos ontem, na reunião do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos

de Saúde), reiteraram a informação — objetiva, de resto — de que o cumprimento das regras de distanciamento

social, o uso de máscara e a diminuição dos contactos são fundamentais para continuar a achatar a curva do

número de infetados e manter a tendência de descida da doença, o que permite libertar espaço no Serviço

Nacional de Saúde. Quanto maior for a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mais vidas se

salvam e mais tratamentos são assegurados.

A renovação do estado de emergência é essencial para dotar o Governo dos instrumentos legais que o

habilitem a implementar as medidas que entenda adequadas para prevenir o contágio da pandemia, que são

necessariamente restritivas do dia a dia dos cidadãos e das empresas e que contendem com os direitos,

liberdades e garantias constitucionalmente consagrados.

O PSD, responsavelmente e com o sentido de Estado que é seu timbre, manterá uma postura de

colaboração, tendo sempre como primeiro e último escopo o interesse nacional. Portugal está primeiro e, por

isso, não nos pautamos por conveniências circunstanciais e aproveitamentos das manifestas e múltiplas falhas

que o Governo tem tido, porque esse tipo de condutas, em plena situação de calamidade pública, é prejudicial

aos interesses dos portugueses.

Recordo que o Governo beneficiou de condições políticas excecionalíssimas de cooperação, por parte do

PSD, que lhe teriam permitido levar a gestão da pandemia a um porto bem melhor do que aquele em que tem

atracado. Fruto do sentido de Estado que norteia o PSD, o Governo pôde concentrar-se exclusivamente no