14 DE JANEIRO DE 2021
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O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Concluo, Sr.ª Presidente.
O complemento solidário para idosos (CSI) está muito longe de chegar ao limiar de pobreza e o RSI, tal como
hoje existe, não foi capaz, não teve o vigor suficiente, de responder às situações de pobreza. Foi por isso que
tivemos de criar os apoios emergenciais.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Pergunto, Sr. Deputado, se melhorar o RSI, o subsídio social de
desemprego e o CSI e, sobretudo, criar uma prestação nova, um rendimento social de cidadania, não deveria
ser um objetivo…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigada, Sr. Deputado.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … e porque é que o Partido Socialista o rejeitou na discussão do
Orçamento.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder a estes três pedidos de esclarecimento, tem a palavra
o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr.ª Presidente, com a rapidez que o tempo exige, vou tentar
responder às várias questões, as quais agradeço.
A Sr.ª Deputada Germana Rocha, do PSD, falou das medidas de combate à pandemia e da possível exclusão
de alguns portugueses. Bom, certamente, perante uma pandemia desta dimensão, haverá sempre melhorias a
fazer e um caminho que deverá continuar a ser percorrido.
Contudo, devo dizer que um em cada quatro portugueses foi beneficiado por medidas no âmbito do combate
à pandemia. A segurança social gastou 2,5 mil milhões de euros, incluindo: isenções contributivas; apoios à
manutenção do emprego; abrangência de layoff; apoios a trabalhadores independentes, num montante total de
176 milhões de euros; quase 53 000 sócios-gerentes apoiados, num valor total de 73 milhões de euros; o
complemento de estabilização; a prestação adicional do abono de família; a prorrogação das prestações sociais
mínimas; a proteção dos rendimentos de quem está em isolamento profilático; a prestação e o apoio para
acompanhamento de filho menor até 12 anos; etc., etc., etc. Poderia passar um largo período a enumerar as
várias medidas e as várias políticas que foram concretizadas neste âmbito.
Sei que o PSD não está inteiramente de acordo com estas medidas, porque aquilo que fez, muito antes de
haver pandemia, enquanto teve responsabilidades políticas, foi dispensar trabalhadores que eram necessários
na segurança social e que nós, entretanto, contratámos,…
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Contrataram?!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — … foi cortar o RSI, foi cortar o CSI e só não cortaram mais porque
não conseguiram prosseguir com as vossas políticas, pois todos sabemos o que queriam fazer, nomeadamente
no que respeita aos cortes nas pensões. Portanto, o PSD, a falar sobre pensões e segurança social, neste
Parlamento, deve fazê-lo pedindo desculpa por aquilo que fez e não atacando aquilo que os outros estão a fazer,
neste momento.
Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, estamos inteiramente de acordo consigo. Como sabe, no âmbito do apoio
às pessoas com deficiência, temos a nova prestação social para a inclusão (PSI) e, neste momento, mais de
110 000 portugueses — os dados são do final do ano passado, de novembro de 2020 — já são apoiados por
esta prestação. A PSI permitiu aumentos de 25% a 34% relativamente ao subsídio mensal vitalício e um conjunto
alargado de beneficiários que não recebiam nenhuma prestação, hoje em dia, tem a PSI. Também aumentámos
a bonificação por deficiência, o subsídio por assistência a terceira pessoa e os modelos de apoio à vida