I SÉRIE — NÚMERO 37
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independente, aprovámos o estatuto do cuidador informal, estabelecemos uma quota de acesso ao emprego
para pessoas com deficiência, tanto no setor público, na Administração Pública, como no setor privado, aliás,
cumprindo a Constituição da República.
Este é um caminho que temos de prosseguir e que está inacabado e creio que temos vindo a dar passos
significativos nesse sentido, reconhecidos por diferentes setores sociais. Portanto, é isto que iremos continuar
a fazer, certamente com o apoio do PAN, como o que já tem dado a várias destas medidas.
Relativamente à intervenção do Sr. Deputado José Soeiro, creio que o diálogo que referiu e o trabalho que
temos feito têm duas dimensões: primeiro, a de combater aqueles que querem atacar as medidas que temos
vindo a implementar, não para ir mais além, mas para voltar aos cortes, com o retrocesso e a regressão no
nosso modelo social, e, naturalmente, novos caminhos, novos futuros, novas plataformas de diálogo que
procurem consolidar o nosso modelo social e novas prestações para que ninguém fique para trás.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Creio que esse é um caminho que deve prosseguir à esquerda, neste
Parlamento e no País, de uma forma geral.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana
Ferreira, do Grupo Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, cumprimento-o
também pelo tema da sua declaração política e, até a propósito de várias dimensões de que falou, como a das
desigualdades sociais, a da pobreza, a da própria segurança social, queria fazer algumas observações.
Começo por dizer que há problemas estruturais no nosso País que desaguam na realidade das
desigualdades sociais e dos números da pobreza que temos hoje, problemas estruturais que são agravados
pela realidade que vivemos atualmente, por força do surto epidémico que o País enfrenta.
Estamos a falar de medidas estruturais nas quais o PCP tem insistido e é absolutamente urgente que as
mesmas sejam tomadas: desde logo, a valorização geral dos salários e o aumento significativo do salário
mínimo; a valorização das pensões, em que o PCP insistido ao longo dos anos, tendo conseguido garantir um
novo aumento extraordinário, neste mesmo Orçamento do Estado; um combate efetivo ao desemprego e à
precariedade, que é, também ele, neste momento, inseparável da proibição dos despedimentos, como o PCP
tem defendido, porque é a garantia do posto de trabalho e do salário a 100%, como o PCP propôs e defendeu,
que assegura melhores condições para os trabalhadores enfrentarem este momento; e, ao mesmo tempo, é
preciso garantir o investimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, seja no Serviço Nacional
de Saúde, na escola pública ou na segurança social, garantindo o acesso de todos às mesmas.
Naturalmente, na realidade atual, o conjunto de prestações sociais que existem, bem como outras que foram
criadas, é absolutamente determinante para combater e para dar respostas de emergência às situações de
pobreza e a situações urgentes que existem no nosso País e que os trabalhadores e as populações enfrentam.
Contudo, Sr. Deputado, era preciso também ter ido mais longe em relação ao subsídio de desemprego,
nomeadamente alargando o seu tempo de pagamento, reforçando os seus montantes e, até do ponto de vista
da própria idade das pessoas que o recebem, garantindo mais proteção a quem está em situação de
desemprego de longa duração, por exemplo, e era também importante ter reforçado o complemento solidário
para idosos e melhorado as condições de acesso, como o PCP propôs, e ter igualmente reforçado e melhorado
as condições de acesso à prestação social para a inclusão.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Mesmo para terminar, Sr.ª Presidente, devo dizer que, no que se refere à
segurança social, o Sr. Deputado lembrou bem a razia que existiu ao longo de vários anos, com a perda de
milhares de trabalhadores, e que conheceu especial destaque durante o Governo do PSD e do CDS.