14 DE JANEIRO DE 2021
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A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigada, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Mas, Sr. Deputado, há um mês, havia o risco de a segurança social perder
200 trabalhadores…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — … e isto também não é aceitável num momento em que a segurança social
tem de ter respostas a dar aos trabalhadores e à população portuguesa.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida,
do Grupo Parlamentar do CDS.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Tiago
Barbosa Ribeiro, tenho duas questões prévias, uma de ordem conceptual e outra prática.
A primeira tem a ver com aquilo que o Sr. Deputado faz muitas vezes — e outros Deputados já o fizeram
hoje, aqui, também —, quando refere o passado como exemplo negativo de algumas das práticas que entende
deverem ser assumidas, neste momento.
Lembro que algumas das prestações sociais que agora têm valido aos portugueses e que já lhes valeram
durante a crise anterior foram criadas exatamente por um Governo PSD/CDS.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Veja-se, desde logo, o subsídio de desemprego e a sua
extensão aos sócios-gerentes e aos trabalhadores independentes. Convém lembrar que, hoje em dia, só há
esses apoios porque o último Governo PSD/CDS, mesmo com a troica, os criou.
Portanto, do ponto de vista da criação de prestações sociais com tanto impacto num contexto de crise como
aquele que vivemos agora e aquele que vivíamos no tempo da troica, quando o Sr. Deputado tiver esse exemplo,
poderá comparar-se com o passado, mas, desculpe, até agora, está em défice. Não conseguiu dar resposta a
realidades emergentes da mesma forma que esse Governo deu, na altura, como, por exemplo, com a majoração
do subsídio de desemprego para casais em que ambos os membros estivessem desempregados.
A questão de ordem conceptual tem a ver com os apoios e com quem os presta. Uma discussão que, neste
momento, é completamente desprovida de sentido é aquela que tem a ver com a natureza dos prestadores e
não com a necessidade daqueles que, efetivamente, precisam de receber as prestações sociais. A discussão
sobre se os prestadores são públicos ou privados, se são do Estado ou da resposta social é absolutamente
desnecessária num contexto como este.
Portanto, pergunto quando é que o Partido Socialista se vai concentrar nas necessidades e na capacidade
de resposta total, percebendo que a subsidiariedade é fundamental nesta matéria. É que há quem esteja no
terreno e seja capaz de responder e, obviamente, o que o Estado tem de fazer é aproveitar essa capacidade de
resposta e não entrar em conflito com ela.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente, com uma última questão. Sr.
Deputado, entrando nós num novo período de confinamento severo, que garantias pode dar o Governo de que,
por exemplo, os pais que vão voltar a ter de ficar com crianças em casa vão ter os apoios efetivos…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigada. Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … para que possam fazê-lo mantendo o seu trabalho ou, a não
poderem mantê-lo, tendo a compensação necessária para isso?