I SÉRIE — NÚMERO 37
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A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Ó Sr. Deputado!
O Sr. José Magalhães (PS): — Resposta: nem uma, nem meia. Nada!
Em segundo lugar, qual foi o método de escolha utilizado? Foi baseado num regulamento e numa lei que,
aliás, o PSD aprovou connosco. Foi cumprida estritamente.
Portanto, a Sr.ª Deputada não traz nada, mas faz uma asneira, devo dizer-lhe. Se, na sexta-feira à noite,
ainda podia fazer este discurso, como ouvimos, e até repeti-lo — repetiu-o por duas vezes, na TVI e, depois, no
programa Parlamento —, agora já não pode, porque, no domingo, o Dr. Marques Mendes apresentou, na SIC,
uma grande novidade: tinha chegado à RTP uma «bomba», uma carta do Conselho que comprovava
diretamente que tinha havido fraude, no mínimo. E assim ficaram.
Este truque barato nem sequer a Sr.ª Deputada repetiu aqui em bons termos, mas isso é mais para o lado
da «fação Rangel» e dos tweets do Dr. Rui Rio, que vão atrás, etc.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vai pedir desculpa ou não?
O Sr. José Magalhães (PS): — Claro que não!
Obviamente, o ponto é o seguinte: falar de uma carta, dizer que esta diz o que não diz e nunca mostrar a
carta. Desafio-a a entregar à Mesa a carta. Entregue à Mesa a carta!
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD) — Vou entregá-la!
O Sr. José Magalhães (PS): — Sr.ª Deputada, vai ver o seguinte: o primeiro aspeto é que a carta não cita a
nota enviada por Portugal; o segundo aspeto é que se refere rigorosamente à categoria e ao percurso do
escolhido; o terceiro aspeto é o facto de o Dr. Guerra ser sempre referido como «prosecutor», na carta em inglês;
o quarto aspeto tem a ver com o facto de não ser atribuída qualquer participação na investigação do caso UGT,
é referido que participou no julgamento — a palavra «trial», numa tradução básica, é mesmo julgamento — do
processo UGT.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. José Magalhães (PS): — Portanto, Sr.ª Deputada, não tem razão nenhuma e quem devia pedir
desculpa era a senhora, pelo mal que está a fazer, pelo dano reputacional a Portugal e pela triste figura que o
PSD faz ao dizer que vai apresentar uma queixa-crime.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem mesmo de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. José Magalhães (PS): — Já que é jurista, diga lá se pode apresentar uma queixa-crime contra o
Primeiro-Ministro! Por amor de Deus… Tenha paciência, Sr.ª Deputada!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado
António Filipe, do Grupo Parlamentar do PCP.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Mónica Quintela, se esta
intervenção tivesse um título seria, talvez, «revisão da matéria dada», mas, ainda por cima, está mal explicada,
porque não há aqui um único elemento novo que a Sr.ª Deputada tenha trazido ao Plenário, não há um elemento
que não tenha já sido, muitas vezes, repisado pelo PSD.
Portanto, com as duas reuniões que tivemos com a presença da Sr.ª Ministra da Justiça…