29 DE JANEIRO DE 2021
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E não deixa de ser engraçado que eu um dia destes tenha descoberto uma entrevista em que o Sr. Presidente
da ALI (Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso), que o PSD chamou há poucos dias
a esta Assembleia, sobre o número de lares ilegais, em 2012 — não sei se se lembram quem é que estava no
Governo em 2012 —, já referia cerca de 3000 lares ilegais.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Eu gostava de saber se o Governo de então fez alguma listagem que possa agora fornecer a este Governo
para este poder fazer melhor o seu trabalho.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — É uma vergonha!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Já chega!! Por amor de Deus!!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Mas a questão essencial, Sr.ª Deputada, e a Sr.ª Ministra já o referiu, é a seguinte: há, desde o início, uma estratégia para identificar todos os lares ilegais que seja possível. Todos os
dias estão vários agentes no terreno, a nível nacional e a nível local, para identificar esses mesmos lares ilegais
e proteger as pessoas que lá estão, porque, como diz a Sr.ª Ministra, trata-se de proteger as pessoas. Não é o
estatuto das instituições que importa, quando estamos no contexto desta pandemia.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Vamos ser sérios!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sim, Sr.ª Deputada, vamos ser sérios! Não vale a pena meter medo às pessoas relativamente aos lares ilegais!
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Mas quem é que está a meter medo?!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Deputada Diana Ferreira, é verdade que as condições dos lares se agravaram. Mas também é verdade que aumentaram significativamente os apoios aos lares, com mais
trabalhadores, com mais voluntários, com mais formação, com mais equipamentos de proteção.
É possível sempre fazer mais? Claro que sim! E nós acreditamos que tem existido a capacidade de ir
adaptando e aumentando as medidas a par da evolução da própria pandemia.
O Sr. Deputado José Soeiro colocou aqui uma questão muito importante, que temos de ter em conta e da
qual não nos podemos esquecer, não apenas nestes debates, mas depois da pandemia, que é o modelo de
resposta às pessoas idosas e a diversificação das respostas.
A institucionalização não é nem pode ser a resposta, mas é uma resposta necessária. Nós sabemos que
geração das pessoas que estão hoje nos lares têm aí condições que nunca tiveram na sua vida até esse
momento e que não teriam se continuassem nas suas casas.
Vozes do PS: — Muito bem!