O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE JANEIRO DE 2021

51

Termos apenas para oferecer às pessoas que estão na terceira idade o caminho da institucionalização é

muito pouco para o que temos de fazer, enquanto País, para garantir uma vida plena e ativa dos seus direitos.

Estarem confinadas a uma vida de pobreza, de abandono, de solidão, de isolamento, em lares ilegais, sem

quaisquer condições, não pode continuar a ser esquecido ou deixado para trás. Temos de lhes garantir apoio

para que tenham um fim de vida minimamente digno.

Por isso, Sr.ª Ministra, gostaríamos de perceber, para além dos planos, para além da identificação e do

diagnóstico, que tem, evidentemente, de ser feito — compreendemos que há um diagnóstico que tem de ser

feito —, que medidas estão previstas. Partindo da oportunidade de se estar a fazer a vacinação e a testagem

nos lares, inclusive nos ilegais, que medidas em concreto, em termos de prioridade governativa, estão previstas

para garantirmos que, daqui para o futuro, vamos conseguir intervir, regularizar e retirar as pessoas destes

contextos absolutamente ilegais?

Mas nem todas as pessoas precisam de ser integradas nestas respostas em termos de lares. Muitas desejam

viver — e têm esse direito — de forma autónoma e independente. É, pois, preciso garantir que também sejam

encontradas respostas para estas pessoas, seja a nível do apoio domiciliário, de residências autónomas ou de

cuidadores informais, entre muitas outras. Esta realidade não se cinge aos lares de idosos, sejam eles ou não

ilegais; alastra-se às pessoas idosas que se encontram sozinhas nas suas casas, muitas delas isoladas, sem

retaguarda familiar ou até mesmo confinadas, em contextos de violência doméstica, de abusos físicos e

emocionais e até de extorsão financeira, que continuamos a não conseguir combater enquanto sociedade.

Neste sentido, há, de facto, projetos interessantíssimos, como o Projeto Radar, em Lisboa, que deve ser

espalhado a todo o território nacional, que permite criar uma comunidade para que, no frenesim dos dias que

vivemos hoje, não deixemos para trás a população mais fragilizada.

Por isso, Sr.ª Ministra, parece-nos que, a este tempo, era importantíssimo perceber, para além das respostas

de emergência e de um ponto de vista estratégico, que respostas estruturais estão a ser pensadas pelo Governo,

num caso que é de responsabilidade bastante clara e óbvia do Estado, para que as pessoas mais idosas não

sejam continuamente deixadas para trás.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, pediu a palavra para que efeito?

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — É para fazer uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sobre a condução dos trabalhos?

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sim, Sr. Presidente, sobre a condução dos trabalhos, porque foi dito que eu disse uma coisa que não disse.

Protestos de Deputados do PSD e do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Compreendo, mas, na verdade, a condução dos trabalhos é outra coisa.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Então, peço para intervir em defesa da honra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem de identificar onde é que a sua honra foi manchada, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, terei todo o gosto em levá-la a alguns lares que conheço, alguns no meu concelho.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Espero que não seja agora, com esta pandemia!