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30 DE JANEIRO DE 2021

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Também aqui é preciso fazer opções. Sim, considerámos a empresa estratégica no tecido industrial

português, mas não consideramos imprescindível o controlo público do Estado na empresa.

É, por isso, muito importante que, quando iniciarmos este processo de concurso para a alienação da parte

pública, essa alienação seja feita com balizas robustas, suficientemente robustas para garantir que a empresa

continue a ser capitalizada, robustecida e reforçada na sua vertente industrial.

Temos de garantir que este processo seja exigente, que deixe de fora fundos especulativos, interessados

em dinheiro fácil mas desligados de uma estratégia de expansão empresarial.

Entendemos, por isso, oportuno que o Governo faça tudo o que estiver ao seu alcance para que os

investidores tenham uma área de atuação onde a Efacec tenha intervenção, porque assim estaremos a dar

continuidade para garantir o reforço da empresa, para garantir o emprego, para reforçar a produção nacional e

para garantir o futuro.

Este futuro é fundamental para milhares de trabalhadores, para a região Norte e para o País.

Para quem acredita no conhecimento que é gerado nas nossas universidades, para quem acredita no retorno

do investimento que fazemos na formação dos portugueses, no talento dos nossos jovens, para quem acredita

que estes são os alicerces para continuar a fortalecer a produção nacional e a acrescentar valor, este é o

caminho que devemos seguir.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, cabe agora a vez ao Sr. Deputado André

Ventura.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, a iniciativa que nos é apresentada hoje

representa, mais uma vez, o que poderíamos dizer que é o pior que a política portuguesa tem ao lado esquerdo,

que é: quando não há solução, nacionaliza-se; quando não há solução, chama-se os contribuintes para pagar

mais; quando não há solução, vamos buscar aos impostos de todos os portugueses, para manter uma empresa

que queremos ter nacionalizada.

Era importante saber hoje o seguinte: quantas empresas destas na Europa, no mercado global, estão

nacionalizadas? Quantas empresas, com estas características, com este tipo de estrutura financeira e laboral,

estão nacionalizadas em toda a União Europeia, incluindo em países que apenas há poucos anos se libertaram

do jugo comunista? Quantas existem? Quantas temos? Zero, em toda a Europa! Vejam que por toda a Europa

há zero empresas nacionalizadas. Até nisto queremos inovar… Não basta inovarmos no número de mortos, na

falta de testes, na falta de centros de saúde, vamos inovar também nas nacionalizações.

Mas o PS merece um reparo porque, quando os trabalhadores se manifestaram há poucos dias, dizendo que

o Governo lhes fechou a porta, foi porque nunca lhes disseram que a empresa ia voltar a ser reprivatizada. São

estes os ataques que a massa laboral da Efacec faz ao Partido Socialista que, com a ânsia de estar de bem

com todos, acaba por falhar aos próprios trabalhadores.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vá estudar!!

O Sr. André Ventura (CH): — Quando anunciou que iria fazer um processo de distribuição e de

reprivatização, esqueceu-se de informar os que mais interessava: os trabalhadores.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo que é bem o símbolo do que o PS

costuma fazer: uma palavra para a esquerda, uma mão à direita. Como é que fica tudo? Tudo na mesma!

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A próxima intervenção cabe à Sr. Deputada Isabel Pires, do

Bloco de Esquerda.