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I SÉRIE — NÚMERO 43

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O Sr. Rui Rio (PSD): — Aliás, a vertente social é, ela própria, absolutamente determinante no momento em

que a digitalização e o desenvolvimento tecnológico assumem o papel de principal motor da reestruturação

económica.

Não podemos deixar ninguém para trás por falta de apoio à sua reconversão profissional. Isso seria

economicamente irracional e socialmente injusto.

A utilização destes fundos no combate ao aquecimento global, designadamente a nível da transição

energética, é outra vertente obrigatória da nossa Presidência. É, aliás, justo que, sendo o reembolso destes

fundos bastante prolongado no tempo, eles tenham uma vertente muito significativa de serviço às futuras

gerações.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: A eleição de Joe Biden para Presidente dos Estados Unidos abre-nos, de

novo, as perspetivas de um relacionamento saudável e racional com a Europa. A Presidência portuguesa não

deve, pois, ignorar esta oportunidade e deve, obviamente, aproveitá-la, estreitando de novo estes dois espaços

que o Atlântico une.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

O Sr. Rui Rio (PSD): — Quem melhor do que Portugal para, justamente, fazer do Atlântico uma ponte, ao

invés de um obstáculo?!

Menos positiva será a construção do novo relacionamento com o Reino Unido, após a efetivação do Brexit.

Mas não pode a Europa continental deixar de ter uma ligação muito próxima e muito estreita com as ilhas

britânicas, apesar da sua recente saída da União.

Também a programada cimeira com a Índia pode e deve assumir um passo decisivo para uma nova etapa

de aproximação da União Europeia àquela zona do globo e para, assim, se conseguir um melhor reequilíbrio no

relacionamento com as principais forças económicas emergentes à escala mundial.

Mas, estando o nosso País no exercício da Presidência europeia, é impossível não a aproveitar para olhar

também para África. As nossas ligações históricas e culturais colocam Portugal na posição privilegiada de poder

contribuir para uma maior e mais solidária ligação entre a Europa e este continente, que tanto precisa que ela

se reforce.

Sr. Presidente, a tarefa que o nosso País é chamado a desempenhar, neste momento dramaticamente

histórico para toda a Europa, está longe de ser fácil. É, no entanto, estimulante, porque da sua ação depende,

em larga medida, o futuro próximo da União Europeia, que, sem uma vacinação rápida e justa, não conseguirá

arrancar de forma firme e decisiva para a sua recuperação económica e social.

É neste enquadramento, e em nome do prestígio de Portugal, que o PSD faz votos para que a Presidência

portuguesa possa constituir um passo positivo para o nosso futuro coletivo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a Sr.ª Deputada

Fabíola Cardoso.

A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Sr.as e

Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: A Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia

será fortemente marcada pela resposta à presente crise sanitária, mas também económica e social, causada

pela pandemia da COVID-19.

Perante o agravar da situação, a nível nacional e internacional, as dificuldades da União Europeia tornam-se

evidentes. Os problemas e as confusões sucedem-se: atrasos na vacina da Pfizer; suspeitas de desvios de

vacinas produzidas na Europa para outros mercados, nomeadamente para os Estados Unidos ou Israel; dúvidas

sobre a eficácia das novas vacinas da AstraZeneca.

Bruxelas investiu muitos milhões de euros. Fomos nós, cada um de nós, que investimos na urgência de uma

vacina. Bruxelas assumiu, e bem, os riscos do investimento, o que permitiu desenvolver vacinas em tempo