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I SÉRIE — NÚMERO 48

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O Sr. Deputado sabe que me interesso pela Venezuela por todas as razões que têm a ver com as questões

humanitárias e de estabilidade regional, porque há centenas de milhares de cidadãos portugueses ou com a

nacionalidade venezuelana e portuguesa que vivem na Venezuela, e, portanto, essa é uma preocupação direta

de mim próprio.

Em relação ao acordo de investimento UE-China e em que ponto é que está, a Presidência alemã e a

Comissão chegaram, no fim do ano passado, a um acordo de princípio. Entretanto, os textos foram concluídos

e, assim como os respetivos anexos, foram disponibilizados nos últimos dias. É agora necessário um trabalho

de tradução técnica e jurídica, tendo em conta as diferentes línguas oficiais da UE, que são 24. Entretanto, o

processo político tem de avançar, no sentido de compreender que reação têm os Estados-Membros e o

Parlamento Europeu em relação a este acordo de princípio e o que é que é necessário esclarecer nesse acordo.

O que tenho dito é que a responsabilidade da Presidência portuguesa do Conselho Europeu — eu próprio

presido ao Conselho dos Negócios Estrangeiros-formação Comércio — é a de fazer esse trabalho com a

Comissão Europeia, com os Estados-Membros, com o Parlamento Europeu, de modo a que fique claro o que

está no acordo de investimento com a China e em que medida esse acordo é conforme, como tem de ser, com

os requisitos próprios da União Europeia quando faz acordos bilaterais.

Em relação às questões da vacinação, o Sr. Deputado pergunta se o Governo vai comprar vacinas fora do

procurement europeu, do processo de aquisição de vacinas europeu. A resposta é: não. Estamos envolvidos e

comprometidos com o processo de aquisição europeu, que, aliás, defendemos desde a primeira hora, pois trata-

se de um processo de aquisição que é mais favorável aos interesses de um Estado como Portugal, para além

de ser o processo mais justo, mais equitativo e também mais poderoso do ponto de vista do incentivo que

representou para a descoberta e a produção das vacinas.

Aplausos do PS.

A Agência Europeia do Medicamento, sem nenhum condicionamento de outra ordem que não sejam critérios

técnicos, vai aprovando as vacinas — já aprovou três e esperamos que aprove a quarta ainda durante este mês

—, num processo que não tem a ver com a nacionalidade das empresas que produzem as vacinas, mas sim

com a sua qualidade e a sua eficiência técnica, e que nós acompanharemos.

Insisto que o nosso principal problema não está a montante da capacidade de produção, mas, sim, na própria

capacidade de produção, mesmo assim numa escala que nunca se tinha atingido. Só para termos todos uma

ideia, do ponto de vista dos calendários de distribuição das vacinas, no âmbito do processo de aquisição

europeu, recebemos 100 milhões de doses no primeiro trimestre, receberemos 600 milhões de doses no

segundo trimestre e receberemos 1100 milhões de doses no terceiro trimestre.

Finalmente, relativamente às questões sobre os portugueses retidos no estrangeiro, compreendo as suas

preocupações, como o Sr. Deputado também conhece as minhas. O que tenho a dizer é que organizaremos os

voos que forem necessários para repatriar os portugueses que têm de ser repatriados por razões humanitárias.

Foi o que fizemos no inverno do ano passado, foi o que fizemos na primavera do ano passado, foi o que fizemos

no verão do ano passado e é o que faremos neste ano sempre que for necessário.

Dito isto, tenho de dizer mais uma vez, publicamente, que por decisão do Sr. Presidente da República,

aprovada por este Parlamento e, depois, regulamentada pelo Governo, vigora, em Portugal, uma interdição de

viagens ao estrangeiro que não se realizem por razões essenciais.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Concluo, Sr. Presidente.

Para a nossa capacidade de resposta à situação crítica que em todo o lado se vive devido à pandemia é

muito importante que saibamos que nenhum português ficará sem apoio, mas todos os portugueses devem ser

exemplares no cumprimento do confinamento, que é absolutamente essencial para que possamos sair da

situação em que nos encontramos.

Aplausos do PS.