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I SÉRIE — NÚMERO 48

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O Sr. André Ventura (CH): — Não seriam nem os seus amigos da Venezuela, nem as Nações Unidas que

defenderiam Portugal, seria a NATO que o faria.

Sr. Ministro, há pouco, mostrou um gráfico, no telemóvel, ao Bloco de Esquerda para situar Portugal no

mundo no âmbito da igualdade. Tenho aqui outro número para lhe mostrar, que diz assim: «Portugal é o terceiro

país da zona euro que menos gastou no combate à crise».

Era esse número que o Sr. Ministro devia mostrar e explicar como é que é possível um Ministro dizer que

quer ser liderante, na União Europeia, no combate à pandemia e estar no Governo que menos gasta no combate

à pandemia. É, pelo menos, curioso e irónico que assim seja.

Mas também lhe queria perguntar, Sr. Ministro, se tem no seu telemóvel o relatório Portugal, Balanço Social

2020, que diz que a pobreza e a pobreza extrema aumentaram com o seu Governo, antes de iniciar a liderança

da União Europeia. Que belo Portugal liderante temos para dar lá fora!

Mas não podia terminar esta ronda sem lhe perguntar uma coisa. Sabemos que houve uma espécie de truque

nas nomeações do Governo, que foi noticiado pela imprensa: em 165 nomeações, incluindo no seu Ministério,

129 foram de dirigentes nomeados em substituição anteriormente pelo seu Governo. É esta a transparência que

damos à União Europeia!

O exemplo que damos é de menos combate à pandemia, de menos transparência e de menos empenho a

conseguir contrariar as causas desta pandemia.

Mas, Sr. Ministro, fiquei curioso com uma coisa que disse: que só temos problemas com uma farmacêutica,

com as outras está tudo resolvido. É curioso, porque, no dia 12 de fevereiro, o Sr. Ministro disse: «O fornecimento

de vacinas está muito aquém do que foi contratualizado e é um problema que temos de resolver». Convinha

esclarecer.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou concluir, Sr. Presidente, dizendo apenas isto: não se trata apenas de

direitos humanos e da defesa dos portugueses na Rússia, ou na China, ou na Venezuela, Sr. Ministro. Trata-se

de que esses países também têm muita gente na União Europeia. E se fôssemos firmes na defesa daquilo em

que acreditamos, pode estar certo de que a retaliação não seria como teme, nem seria como pode esperar,

porque se temos muitos portugueses a viver na China, também há milhares de chineses a viver em território da

União Europeia. E, para meia ameaça, ameaça e meia, porque não estamos cá para brincar, estamos cá para

defender os interesses dos europeus.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Ventura,

confesso que é muito difícil responder, porque não chego a perceber quais são as perguntas…

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — O telemóvel!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — … e também porque a linguagem e os implícitos

da linguagem que utiliza, como essa ideia de que expulsar estrangeiros pode ser uma arma de retaliação, estão

tão longe da minha maneira de pensar, dos meus valores e das minhas conceções políticas que me confesso

incapaz de raciocinar nesses termos.

Aplausos do PS.

Portanto, passo à única questão concreta que o Sr. Deputado, aparentemente, na minha pobre inteligência,

terá mencionado, que é a de nomeações, em regime de substituição, no meu Ministério, de amigos.

Sobre isso, Sr. Deputado, tenho a dizer o seguinte: em primeiro lugar, na maioria dos casos, as nomeações

de dirigentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros têm de ser de diplomatas. Os diplomatas não podem ser

nomeados em regime de substituição, são mesmo nomeados por decisão discricionária do Ministro e do