O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 48

28

da Conferência sobre o Futuro da Europa. Pelo silêncio a que se remeteu o Eurodeputado Paulo Rangel, tudo

leva a crer que tais rumores devem ter fundamento.

Aplausos do PS.

Gostaria, contudo, de lembrar o Sr. Ministro de que a Assembleia da República, em coerência com as

posições que a Comissão de Assuntos Europeus tem assumido na Presidência da COSAC (Conferência dos

Órgãos Especializados em Assuntos Comunitários), aprovou, há poucos dias, por larga maioria, uma resolução

que foi também subscrita por quase todos os parlamentos nacionais, reclamando um estatuto condigno à troica

da COSAC na comissão executiva da Conferência, incluindo a possibilidade de apresentar propostas e de

participar nas discussões, em pé de igualdade com os representantes da Comissão, do Parlamento e do

Conselho.

Gostaria de saber, Sr. Ministro, o que nos pode dizer sobre esta matéria.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Muito obrigado, Sr. Presidente.

Agradeço as questões colocadas pelo Sr. Deputado Capoulas Santos e, se me permite, queria devolver-lhe

o elogio, sendo que, no meu caso, o elogio que faço ao Parlamento é mais justificado do que o elogio que o

Parlamento me faz a mim.

De facto, a dimensão parlamentar do programa da Presidência portuguesa é, a todos os títulos, notável.

Notável pelo nível de participações que conseguiu mobilizar, mas, sobretudo, notável pelas temáticas que

escolheu, pela oportunidade dessas temáticas e também pelo alinhamento, pelo encaixe perfeito entre as

prioridades da Presidência portuguesa e as prioridades do trio de presidências a que nós pertencemos.

E essa é uma boa passerelle, uma boa passagem para o tema da Conferência sobre o Futuro da Europa. De

facto, hoje de manhã, o Conselho chegou a acordo com uma proposta portuguesa, que permitiu desbloquear

uma situação de impasse que se vivia. E o Conselho — julgo, aliás, por unanimidade — apoiou uma proposta

portuguesa de uma presidência tripartida da Conferência sobre o Futuro da Europa e também a proposta de

organização executiva dessa presidência, que não só envolve todas as três instituições, o Parlamento, o

Conselho e a Comissão, como também permite que outras formações parlamentares que acrescentam valor,

entre as quais a COSAC e as diferentes comissões de assuntos europeus dos parlamentos nacionais, possam

também contribuir para o sucesso desta conferência.

É muito importante que esta conferência não seja a enésima discussão sobre leis e arquiteturas jurídicas e

seja uma discussão forte, livre com os cidadãos e a sociedade civil, mas também com os parlamentos e as

demais instituições sobre o futuro da Europa, isto é, o futuro das nossas políticas públicas, que respondam às

ansiedades, aos desejos e também aos projetos dos cidadãos europeus.

Agradeço também a referência que o Sr. Deputado fez à capacidade que, até agora, a Presidência

portuguesa tem e, estou certo, continuará a ter, tal é a altíssima qualidade de quem a dirige, a começar pela Sr.ª

Embaixadora Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, continuando com o nosso representante

permanente e representante permanente-adjunto e todas as suas equipas e a Direção-Geral dos Assuntos

Europeus. A excelência profissional de todas essas equipas tem permitido superar alguns impasses que se

viviam há anos ou desenterrar decisões muito importantes, mas que estavam paralisadas por dificuldade de

entendimento, também há anos.

Dou apenas alguns exemplos, se me permite. O exemplo do combate à própria burocracia da construção

europeia: depois de cinco anos de discussões infrutíferas, foi a Presidência portuguesa que conseguiu fazer

passar uma revisão das instâncias preparatórias das reuniões do Conselho, que significa eliminar um quinto dos

grupos de trabalho que até agora reuniam para que o Conselho pudesse reunir a seguir.

Outros exemplos muito importantes, designadamente do ponto de vista da transparência fiscal e da prestação

de contas, estão na diretiva chamada CBCR (Country-by-country reporting), finalmente sob Presidência