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4 DE MARÇO DE 2021

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Primeiro-Ministro se forem Diretores-Gerais, e é assim que fazemos. Essa é, aliás, uma das razões pelas quais

a nossa diplomacia é tão qualificada.

Em segundo lugar, nunca, na minha vida, muito menos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, perguntei a

quem quer que nomeasse quais eram as suas conceções religiosas, com quem era casado, de quem é que

gostava, qual era o clube de futebol, qual era o partido político ou qual era o voto.

Aplausos do PS.

E, Sr. Deputado, se fizer o exercício muito simples de perceber quem é, atualmente, o Secretário-Geral do

Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Diretora-Geral de Política Externa, o Diretor-Geral de Assuntos

Europeus, o Diretor-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, o Inspetor-Geral, o

Diretor-Geral de Administração, o Presidente do Instituto Camões, o Presidente da AICEP, reparará que são,

todos eles, pessoas de altíssima qualificação, todos eles leais ao Governo que está em funções,

independentemente da natureza do Governo, todos eles com carreiras e experiências profissionais, aqui e no

estrangeiro, da mais alta valia, e é por isso que a diplomacia portuguesa é tão forte.

E é também por isso que António Guterres foi eleito Secretário-Geral das Nações Unidas, que António

Vitorino foi eleito Diretor-Geral da Organização Internacional para a Migração, que Teresa Ribeiro foi eleita

Representante para a Liberdade dos Media da OSCE…

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — E tantos outros.

Portanto, Sr. Deputado, admito-lhe tudo menos que, comigo presente, queira desqualificar a diplomacia

portuguesa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para formular perguntas, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, aterra amanhã, em Lisboa, Svetlana

Tikhanovskaya, líder da oposição bielorrussa ao ditador Aleksander Lukashenko, que há 26 anos oprime o povo

da Bielorrússia.

Saúdo-o a si e ao Governo português por irem recebê-la. Espero que estas conversações sejam produtivas

do ponto de vista da Sr.ª Tikhanovskaya para que ela não saia daqui de mãos a abanar.

A Sr.ª Tikhanovskaya, que vem pedir ajuda a Portugal por estar a presidir ao Conselho Europeu, ainda há

poucos dias dizia que entende que a União Europeia é uma máquina imensa e por vezes lenta. E o tempo, na

Bielorrússia é percecionado de forma diferente, porque para as muitas pessoas inocentes que estão nas prisões

— há 1000 pessoas presas com acusações formais só por protestarem — todos os dias são uma eternidade.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Ministro, o que é que tem para oferecer à Sr.ª Tikhanovskaya

amanhã, ou quinta-feira, ou sexta-feira, para que ela não saia daqui de mãos a abanar?

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, sim, confirmo

que amanhã receberei — aliás, receberemos vários, no Governo — a líder da oposição bielorrussa, com todo o

gosto.

A Bielorrússia é, hoje, dos Estados mais autoritários que a Europa tem, e isso é inaceitável para Portugal, é

inaceitável para a União Europeia.