26 DE MARÇO DE 2021
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mas não fala em quanto tempo dura essa quarentena e a verdade é que eles são recolhidos dois dias antes
para serem entregues no dia seguinte ao presidente da Mesa.
Portanto, há aqui características relativamente à proposta do PAN que dificilmente conseguem ser
executáveis. A sua concretização traria mais problemas na implementação do que os problemas que pretende
resolver.
Também queria chamar a atenção relativamente ao projeto de resolução do Chega. De facto, o Sr. Deputado
mal a ele se referiu na sua apresentação, precisamente porque é um projeto de não resolução. A verdade é que
não há fantasmas, não há mortos nos nossos cadernos eleitorais, mas há uma questão: é que temos cidadãos
residentes no estrangeiro que têm cartão de cidadão a residir em Portugal e não passa pela cabeça de ninguém
tirar-lhes o cartão de cidadão, suponho eu.
Quer dizer, o Sr. Deputado já mandou nacionais portugueses para outros sítios e agora também quer tirar o
cartão de cidadão aos nossos?!
Aplausos do PS.
Era bom que o Chega dissesse exatamente o que é que quer relativamente aos nossos cadernos eleitorais,
ao nosso recenseamento eleitoral.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Resta-nos o encerramento, para o qual dou a palavra ao Sr.
Deputado José Silvano, do PSD.
O Sr. José Silvano (PSD): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Queria, em primeiro lugar, dizer que todos
os argumentos são válidos se os usarmos de boa-fé, e acho que toda a gente está de boa-fé. Mas não percebo
determinados argumentos que falam em planeamento. Se se quer planear e se se criticava, nas presidenciais,
que podia acontecer alguma coisa mais grave na pandemia porque não houve planeamento…
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — É verdade!
O Sr. José Silvano (PSD): — … e se discutia isso na praça pública, não percebo porque é que o planeamento
não tem de ser agora e tem de ser no final do verão. No final do verão é que já não é planeamento nenhum!
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — É reação!
O Sr. José Silvano (PSD): — Aí é um remedeio que pode acontecer se a pandemia for, de facto, muito mais
grave.
Se quisermos fazer planeamento é agora. Podemos não definir o prazo, podem não ser dois meses, podiam
ser seis, se fossem aqui feitas propostas nesse sentido e se se reconhecesse que existe um problema. E ele é
reconhecido pelo próprio Ministro da Administração Interna quando propõe dois fins de semana para fazer as
eleições, embora o Primeiro-Ministro o tenha desautorizado nessa matéria, o que ainda nos vem dar mais razão.
Isto quer dizer que somos os únicos que acreditam nas palavras do Governo, do Primeiro-Ministro e dos
especialistas, que dizem que em finais de agosto pode haver imunidade de grupo. Então, se em agosto já pode
haver imunidade de grupo, em dezembro de certeza absoluta que grande percentagem da população está
vacinada.
Este é um dado objetivo, porque o que se diz aqui, que não sabemos o que vai acontecer, com um dado
histórico, ignora que o dado histórico tem um elemento novo, neste momento, que é a vacina. E ou acreditamos
que a vacina pode, nessa altura, pelo menos, dar a oportunidade de fazer uma campanha e uma pré-campanha
em segurança,…
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Claro!