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I SÉRIE — NÚMERO 53

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A ver vamos se António Costa não vai arranjar outra birra, como aconteceu em relação aos professores, para

dizer que não pode fazer, nem quer braços de ferro e para arranjar uma crise política artificial.

Sr. Deputado, cito palavras suas: «Nós somos o partido do bem-estar das famílias, do rendimento e do Estado

de bem-estar social.» Pareceria cómico se não fosse trágico, num país onde a carga fiscal do PIB é de 34,8%

— soubemos há cinco dias —, que é das maiores da Europa, estarem aqui a dizer que defendem as famílias e

os rendimentos. Como é que justifica, Sr. Deputado, 34,8% de carga fiscal, atualmente, em Portugal, face ao

PIB? Trata-se de uma das maiores que temos na União Europeia e que não podemos descurar.

Mas, Sr. Deputado, não podia deixar de lhe perguntar também como é que, nesse Estado, tão importante,

de luta pelo bem-estar social, Portugal foi, há dois dias, apontado como um dos dois países que menos investe

em apoios de luta contra a pandemia de COVID-19.

Como é que podem vir aqui dizer «somos o Estado do bem-estar social, do apoio aos rendimentos e às

famílias», quando é o Partido Socialista que, na Europa, menos investe, que mais cegueira ideológica tem,

como, aliás, se pode comprovar olhando para os vossos amigos espanhóis, aqui no país ao lado?

Se olhassem para o exemplo espanhol, que, sendo trágico, é, ainda assim, melhor do que o vosso,

perceberiam o ridículo de vir a esta Casa dizer «somos o Governo que defende o bem-estar social, que defende

os apoios sociais e que defende os rendimentos».

A verdade não é essa e a verdade vem ao de cima, com dados que não podem contrariar.

O Governo socialista tem feito de tudo para deixar para trás os que prometeu que nunca deixaria para trás,

para gastar nos que não deveria gastar.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Como dizia, o Governo socialista tem feito de tudo para continuar a gastar dinheiro onde não devia gastar.

Essa é que é a verdade.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo,

do Iniciativa Liberal.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, as suas

intervenções ora me divertem, ora me honram. A sua declaração política de hoje foi mais no sentido de me

honrar, porque metade dela foi dedicada a atacar ideias liberais; mais, a precisar de caricaturar para as poder

atacar, o que só prova que não tem outro tipo de argumentos.

E como é que caricatura? Diz assim: «Como é que podíamos ter reagido a esta emergência sem Estado?».

Ó Sr. Deputado, se o Estado não serve para ajudar aqueles que necessitam nestas emergências, serve para

quê? E, quando ajuda, ajuda com dinheiro que foi arranjar onde? Não foi aos impostos que andou a cobrar às

pessoas e às empresas nestes anos todos?! Está a fazer algum favor àqueles que precisam quando, nesta

altura, os ajuda?!

Depois diz: «Bem, os liberais não querem estar em lado nenhum».

Não queremos estar em lado nenhum?! Acabei de lhe dizer que o Estado é absolutamente essencial nestes

casos de emergência.

«O Estado social foi muito forte» — disse o Sr. Deputado. Foi forte?! Que faria se fosse fraco!

Olhamos para a educação e vemos as escolas sem condições. Ainda hoje não têm meios informáticos para

assegurar o ensino à distância, se for caso disso.

Na saúde, para acudir à COVID, teve de se deixar para trás não sei quantos milhões de consultas e centenas

de milhares de cirurgias.

E vemos uma segurança social que, para suportar todos estes apoios que têm estado a ser dados —

soubemos ontem —, acresceu 16 pontos percentuais à dívida pública.

A questão que lhe deixo, Sr. Deputado, já que pergunta como é que pode haver liberdade sem este Estado

forte, é esta: como é que vai poder haver liberdade se os portugueses tiverem de viver mais não sei quantos

anos dentro de uma carga fiscal sufocante, como aquela de que o Partido Socialista gosta, para pagar a dívida