1 DE ABRIL DE 2021
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pública que acabámos de acumular? Em países com políticas liberais houve mais apoios, mais capacidade de
resposta do Estado social e menos carga na dívida pública.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, obrigado pelas questões que me
colocaram.
Sr.ª Deputada Ofélia Ramos, mostro-lhe um gráfico que creio ser, basicamente, autoexplicativo e que mostra
a evolução da despesa na segurança social ao longo dos anos. E os anos em que a despesa aparece
representada em baixo foram os anos em que a senhora apoiou, certamente, um Governo do PSD e do CDS,
que cortaram na despesa da segurança social.
Aplausos do PS.
Portanto, quando falamos de medidas, podemos falar dos apoios à família, podemos falar de complementos
de estabilização, podemos falar do aumento do abono de família, podemos falar da prorrogação das prestações
sociais, podemos falar dos apoios aos trabalhadores independentes, do apoio aos sócios-gerentes, da baixa por
isolamento, do apoio à família, do apoio extraordinário aos rendimentos, até do aumento do salário mínimo.
Há uma certeza: em nenhuma destas medidas houve o contributo do PSD, porque ora estiveram contra os
Orçamentos do Estado que as aprovaram, ora as chumbaram aqui, na Assembleia da República.
Aplausos do PS.
Esse é um facto indesmentível.
O facto de o vosso partido governar, como ultimamente parece governar, a partir dos jornais leva a que traga
aqui estes números, que não têm muito que ver com aquilo que foi dito, mas sim com aquilo que é a realidade
que acontece, que o País sabe e que são as medidas que o Partido Socialista tem implementado em Portugal.
Protestos da Deputada do PSD Ofélia Ramos.
Sr. Deputado André Ventura, creio que não percebeu a minha intervenção. É que o Sr. Deputado foi
candidato por um partido, o PSD, numa altura em que estavam a fazer cortes aos rendimentos dos portugueses,
numa altura em que o Tribunal Constitucional chumbava — e bem! — a pedido, aliás do Partido Socialista, os
cortes que o Governo que o senhor apoiava queria fazer aos rendimentos dos portugueses, nomeadamente dos
reformados, dos pensionistas e dos trabalhadores, que vem aqui dizer que defende.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Aliás, que eu saiba — a memória é mesmo curta, mas esta memória
é curta de um mês, Sr. Deputado! —, ainda há pouco mais de um mês, anunciaram um acordo para os Açores
que tinha por base o corte de prestações sociais e do rendimento social de inserção!
Aplausos do PS.
Portanto, em que é que ficamos, Sr. Deputado? Qual é o Deputado André Ventura que temos aqui hoje? É
o André ou é o Ventura? É que tem dias!
Risos do PS.
Portanto, «bem prega Frei Tomás», mas, de facto, as coisas são o que são.
Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, com toda a amizade e respeito, «presunção e água benta, cada um
toma a que quer».