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1 DE ABRIL DE 2021

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O Sr. João Paulo Correia (PS): — O PAN é que não chamava!

O Sr. André Silva (PAN): — … ou tomava qualquer outra medida; ou — opção B — deixava assaltar e depois

participava às autoridades?

O Sr. Adão Silva (PSD): — Chamava o Ministro do Ambiente!

O Sr. André Silva (PAN): — Presumo que, tal como eu ou qualquer português ou portuguesa, escolheria a

opção de evitar o assalto.

Neste caso, a opção do Governo foi deixar assaltar e, só depois da pressão deste Parlamento, chamar a

Autoridade Tributária. Foi isto que aconteceu perante uma negligência enorme por parte do nosso Governo.

Mas o problema da autorização do Governo neste negócio não se esgota aqui. Temos um parecer de uma

diretora da APA que diz que não estavam reunidas as condições para autorizar o negócio. O Presidente da APA,

o inefável Presidente da APA, muito acarinhado pelo PSD, afirmou, de imediato, que os problemas identificados

no parecer foram ultrapassados.

Hoje, na audição requerida pelo PAN e pelo PSD, para esclarecer a situação, ficámos a saber que os

problemas não foram ultrapassados, nomeadamente, que permanecem por cumprir exigências ambientais,

legais e contratuais; que não foi efetuada uma avaliação económico-financeira, de forma a garantir que a

transmissão era a opção que melhor salvaguardava o interesse público, em contraponto à opção de abertura

das concessões à concorrência, de forma a obter as melhores condições para o Estado; e que a capacidade

técnica e financeira do adquirente não foi comprovada.

Pergunto-lhe, Sr. Deputado, se, perante a já reiterada incompetência da APA, não podemos estar perante

um negócio que lesou o interesse público em benefício da EDP e se não sente que o assunto deveria ser levado

até às últimas consequências, nomeadamente a consequência judicial, para apuramento das responsabilidades

dos envolvidos e eventual reversão do negócio, caso se comprove que o interesse público não foi assegurado.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, agradecendo as perguntas feitas pelos meus Colegas, começo

por dizer que estranhei bastante a intervenção do Sr. Deputado João Paulo Correia, porque pensei que ele se

pusesse numa espécie de exercício de defesa, à outrance, do Governo e do Sr. Ministro do Ambiente. Mas não,

o Sr. Deputado João Paulo Correia foi muito equilibrado e disse que, realmente, este foi um negócio muito

criativo. Ora, eu lembro que «criativo» foi a expressão usada pelo Sr. Primeiro-Ministro, que é um eufemismo,

um eufemismo máximo onde pode chegar o Primeiro-Ministro, porque aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro queria

dizer era que, realmente, este é um negócio de trafulhas. Isto é um negócio de trafulhas! Em boa verdade, isto,

aqui, é um exercício em que ninguém percebe nada do que está a acontecer e, no limite, não se pagam os

impostos.

Em relação à questão de saber se confiamos na Autoridade Tributária, sim, nós confiamos na Autoridade

Tributária, mas o que lhe digo é que este negócio deveria ter sido acompanhado, desde o princípio, pela

Autoridade Tributária. A Autoridade Tributária devia estar, desde o princípio, neste negócio. Não esteve, e isso

é mau!

Em relação à pergunta do Sr. Deputado João Pereira, o pecado original nesta matéria é a questão das

contrapartidas. Não há aqui contrapartidas desde o princípio, não estão cá contrapartidas! Quando foi feito e

gizado o negócio, o que acho que deveria ter acontecido era estar dito qual era a contrapartida e não estarmos,

agora, a criar as hipóteses de contrapartidas, estarmos aqui neste exercício de ver se é pago, se não é pago,

se a Autoridade Tributária intervém, como é que pode corrigir a situação e, depois, levantarmos todo este

conjunto de suspeitas em relação à APA. Não pode ser! É uma situação que não fica bem e que não pode

continuar.

Sr. Deputado André Silva, a sua pergunta é bem feita. Com exceção daquela parte do assalto à minha casa,

enfim, essa parte talvez tenha sido exagerada, sobre a questão das entidades judiciais, quero lembrar que o

Movimento já recorreu para os tribunais, nacionais e europeus, e os Deputados do PSD eleitos por Trás-os-