29 DE ABRIL DE 2021
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Vozes do PSD: — Bem dito!
O Sr. António Cunha (PSD): — O País está, manifesta e legitimamente, cansado de tanta exigência e de um planeamento com resultados práticos duvidosos e, em alguns casos, desastrosos. Um período marcado
pela retoma de atividades comerciais e serviços, entre as quais as escolas em regime presencial. Mas também
aqui o Governo andou mal e com os passos trocados. Os alunos, bem como o pessoal docente e não docente,
regressaram a 15 de março, mas a prometida testagem, que se anunciou como massiva, iniciou-se quase 15
dias depois, facto que comprometeu, desde logo, a segurança sanitária dos estabelecimentos de ensino e os
expôs ao risco de propagação de novas cadeias de transmissão.
Apesar de estarem incluídos na primeira fase de vacinação, estavam vacinados até 31 de março menos de
metade dos efetivos dos elementos das forças de segurança. Quantos estão hoje, Sr. Ministro?
Também os bombeiros, ao contrário do que apregoou o Sr. Ministro da Administração Interna, estão longe
da conclusão do processo de vacinação. São os factos que desmentem o Governo. Mas quantos estão, hoje,
vacinados, Sr. Ministro?
A incerteza e a indefinição quanto ao futuro, especialmente na economia, no apoio aos mais
desfavorecidos, aos jovens, aos mais vulneráveis, continuam a ser a sina do País e a pecha deste Governo.
Para o PSD, este grave problema de saúde pública não pode ignorar a brutal crise económica e social em que
a pandemia nos fez mergulhar.
Apesar da estabilização das condições sanitárias, não podemos esquecer que continua a haver falhas
graves nos internamentos, nas consultas e nas cirurgias do SNS e que, infelizmente, permaneceremos
impotentes perante a morte até atingirmos a imunidade de grupo. Agora, em vez de estado de emergência,
devemos estar todos em estado de alerta.
Importa, por isso, que o Governo não anuncie, mas também faça; que, inevitavelmente, concretize os
apoios sociais às famílias e que promova a proteção do nosso tecido empresarial, verdadeiramente
fundamental para a recuperação social e económica do País.
A pandemia é uma batalha, e uma batalha só se vence quando verdadeiramente formos capazes de nos
anteciparmos aos ataques do inimigo e, neste caso, por maioria de razão, pelo facto de termos pela frente um
inimigo invisível e ainda pouco conhecido. Mas o Governo, que devia ter sido capaz de nos colocar à frente do
vírus, lamentavelmente andou sempre atrás do prejuízo.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, pelo PS, o Sr. Deputado André Pinotes Batista.
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Sr. Presidente, queria, na sua pessoa, saudar o Sr. Ministro da Administração Interna, a Sr.ª Ministra da Saúde e o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Iniciaríamos esta nossa intervenção deixando uma palavra a todos aqueles que tiveram perdas durante
este período, a todos aqueles que atrasaram os seus percursos de vida e a todos aqueles a quem a pandemia
trouxe sofrimento.
Encontramo-nos, neste órgão, para debater o décimo terceiro relatório de 15 estados de emergência, num
período em que, é bom recordar, muitos alertaram que iríamos falhar. E, Sr. Ministro, olhos nos olhos, digo-lhe
que ao dizerem «iríamos falhar» não era o Sr. Ministro que ia falhar, era que Portugal iria falhar.
Hoje, sabemos que Portugal não falhou neste combate e que os portugueses também não falharam neste
combate.
Aplausos do PS.
Durante este período, protegemos a saúde, protegemos os rendimentos e tudo fizemos para proteger a
dignidade dos nossos cidadãos. Mas, três dias depois de celebrarmos «o dia inicial, inteiro e limpo», três dias
depois da celebração do 25 de Abril, Dia da Liberdade, também não podia deixar passar a oportunidade para
registar que os adversários do regime, aqueles que se sentam nas cadeiras de acicatar o medo, que fazem
com que estas cadeiras em vez de serem cadeiras de solução sejam cadeiras de acicatar medo, cadeiras-