I SÉRIE — NÚMERO 60
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palco, cadeiras para aparecerem, cadeiras para agitarem, cadeiras para assustarem, falharam. São vampiros
da nossa liberdade. Mas, no momento em que tentaram erigir torres entre a saúde e a economia, o Grupo
Parlamentar do Partido Socialista, a Assembleia da República, no seu todo, o Governo, o Sr. Primeiro-Ministro,
o Sr. Presidente da República souberam ser elementos de coesão entre os nossos cidadãos.
Pode ter havido dias melhores ou piores do ponto de vista do sound bite, mas com certeza que para aquilo
que é o garante da estabilidade do funcionamento de um país, para aquilo que é a salvaguarda da saúde, para
aquilo que é o garante de um projeto de sociedade, ganhámos todos os dias, porque se cada medida teve a
sua dose de dor, toda ela foi tomada com conhecimento, toda ela foi tomada com ponderação, toda ela foi
tomada para evitar um caos pandémico.
Mas, enfim, não podemos esperar dos inimigos da democracia que a defendam.
Neste momento, olhando para VV. Ex.as, queria reiterar que, no fim — e ainda estamos muito longe do fim
—, e fazendo também um apelo à serenidade das pessoas, ao cumprimento das regras e a que vejam neste
desconfinamento a celebração do seu próprio contributo individual e não um momento de abertura absoluta,
sem consciência ou sem responsabilidade, será também a democracia quem vai triunfar. E os portugueses
saberão também que é a democracia que os protege e que é o Estado que os acolhe nos momentos de
dureza. Mas não o faz por favor, fá-lo por obrigação. É essa a nossa visão.
Gostaria de finalizar, dizendo que se os portugueses foram parceiros nesta demanda, não queremos voltar
ao velho normal. Queremos rasgar novos horizontes, queremos, aliás, aproveitar, de todas estas dificuldades,
de todas estas tormentas, um caminho novo para rasgar horizontes, porque é essa a massa de que são feitos
os portugueses, é isso que diz a nossa história. E, no fim, com responsabilidade, sem receios e sem nos
deixarmos levar por aqueles que nos querem convidar para o medo, vamos adaptar-nos e vamos superar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para encerrar este debate, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Saúde, Marta Temido.
A Sr.ª Ministra da Saúde (Marta Temido): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Disse-nos o Sr. Deputado do Iniciativa Liberal que é hora de Portugal cuidar do seu futuro. Pois, aqui chegados, é importante
dizer que só há futuro porque aqui chegámos. E chegámos aqui porque os indivíduos tiveram a capacidade de
se unir e de se rever no Estado, que é formado por todos eles. E o Estado teve capacidade de ser responsável
por todos os indivíduos, porque é essa a sua função: proteger os mais frágeis e os que mais dele necessitam.
Aplausos do PS.
Foi por isso que conseguimos, ao longo deste período, encontrar, concretamente no Serviço Nacional de
Saúde, um serviço de saúde mais robusto, que respondeu melhor às necessidades assistenciais dos
portugueses.
E para quem nos diz que precisamos de continuar a reforçar os recursos humanos do Serviço Nacional de
Saúde, gostaria de lembrar que na anterior Legislatura fizemo-lo em 15 425 profissionais, e não havia uma
pandemia.
Gostaria de lembrar que, no ano passado, no ano de 2020, fizemo-lo, em 9193 profissionais. Foram 9193
profissionais! E neste ano, só neste ano, nos meses que levamos desde o início do ano, já o fizemos em 3619
profissionais.
Aplausos do PS.
São números impressionantes. São números que não dependem de nós, dependem dos portugueses, das
escolhas que eles fizeram, das escolhas em serviços públicos e das escolhas em serviços públicos de saúde,
que não servem por si só, servem para servir as portuguesas e os portugueses. Servem para continuar a
trabalhar em várias linhas de cuidados, obviamente na vacinação — neste momento, a esperança que a todos
nos move —, mas também nas áreas habituais de prestação de cuidados.