I SÉRIE — NÚMERO 61
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As Grandes Opções deixam o amianto de fora quando devia ser uma prioridade no sentido de dar
cumprimento, até, à legislação que obriga à realização de uma listagem dos edifícios públicos com presença
desse material, devendo criar-se, também, um plano para a sua remoção.
É que, quando falamos de amianto, falamos também de salvaguarda da saúde pública. Por isso, seria
importante que o Sr. Ministro nos explicasse a opção do Governo de deixar de fora das Grandes Opções o
levantamento e a retirada do amianto dos edifícios públicos.
Consideramos que era importante que o Sr. Ministro comentasse esta opção em concreto, a de não incluir
nas Grandes Opções o plano de remoção do amianto.
Aplausos do Deputado do PCP Duarte Alves.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Pires, do PS, para um pedido de esclarecimento.
O Sr. Hugo Pires (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, depois de o
Governo do PSD ter posto na gaveta o combate às alterações climáticas, o Partido Socialista veio imprimir um
novo fôlego a este desafio. Prova disso mesmo é o facto de constar nas quatro agendas estratégicas destas
Grandes Opções o combate às alterações climáticas, a transição climática e a sustentabilidade dos nossos
recursos entre 2021 e 2025.
Portugal, hoje, pode orgulhar-se de ser um dos países que lidera o combate às alterações climáticas: fomos
o primeiro País a assumir o compromisso para a neutralidade carbónica; somos um dos países que está em
melhores condições para atingir as metas intercalares; de 2015 a 2019, reduzimos 26% das nossas emissões
de carbono e, hoje, somos uma referência a nível mundial no combate às alterações climáticas.
Mas agora queremos mais, queremos mais ambição e uma maior velocidade na transição climática. Estas
Grandes Opções refletem isso mesmo, essa ambição de imprimir mais velocidade. Mas esta ambição não pode
deixar para trás ninguém, nenhum trabalhador, por exemplo, de empresas que tenham de ser reestruturadas e
de setores poluentes. Sabemos que existirão vários instrumentos para apoiar esta alteração, esta transição
climática, nomeadamente o Fundo para uma Transição Justa, o Fundo Ambiental, a fiscalidade verde e o banco
verde.
Sr. Ministro, estamos a falar de muitos milhões de euros para a transição climática, para o combate às
alterações climáticas e para o desenvolvimento sustentável. A pergunta que lhe faço é a de saber se existe
alguma visão integrada de todos estes instrumentos, para caminharmos para uma sociedade mais neutra em
carbono e mais sustentável.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro do Planeamento.
O Sr. Ministro do Planeamento: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, pegava, em primeiro lugar, na questão
da estratégia de habitação, levantada pelo Sr. Deputado do PSD.
Aproveitava para referir a importância que a dimensão da resiliência, conseguida pela via do reforço das
redes sociais, assume no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência. Temos, da noção de como o País
ganha resiliência e da importância que atribuímos às redes sociais, uma interpretação inequívoca — e esta é
uma lição aprendida por nós, decorrente da luta conta a pandemia —, que é a seguinte: grande parte da
resiliência decorre da resposta que os nossos sistemas sociais conseguem dar no combate a estas situações,
a estes choques, quer vindos do lado sanitário, quer vindos, até, do lado económico.
É por isso mesmo que elegemos como primeiríssima prioridade investimentos muito poderosos, bem
dimensionados e bem identificados, na área da saúde, na área da habitação, na área das respostas de
acolhimento dos idosos, das crianças,…
Aplausos do PS.