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21 DE MAIO DE 2021

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Hoje, o PS não deverá sair daqui enquanto não responder a duas ou três questões. Uma delas, para nós

fulcral, é saber qual é a prioridade do PS: se é continuar a ser submisso àquilo que são as imposições que a

União Europeia e a indústria farmacêutica colocam ou se está do lado da proteção da vida e da saúde da

população, e aí tomar aquele que é o caminho soberano de diversificação das vacinas.

No dia 8 de abril, o PCP apresentou aqui as soluções que respondiam ao problema da escassez das vacinas,

desde logo a necessidade de diversificar a aquisição de vacinas, cumprindo aquilo que é uma opção soberana

do País de tudo fazer para adquirir o maior número de vacinas, protegendo a população. Mas aquilo que o PS

aqui traz é a resposta de não querer trair a União Europeia, prejudicando aquilo que é a proteção da população.

Outra resposta seria a de criar capacidade de produção a nível nacional. Não é só preencher frasquinhos,

Sr.ª Deputada! Do que nós precisamos — é evidente que ainda não temos condições — é de fazer um caminho,

e é preciso começar a fazê-lo para que possamos ter condições para também produzirmos a vacina em Portugal.

Quanto à suspensão das patentes, também não pode fugir a esta questão, nomeadamente no que tem a ver

com o facto de a vacina dever ser um bem público, um bem que esteja ao serviço da população e da

humanidade.

A Sr.ª Deputada olhou para o copo mal cheio, não meio cheio, porque não olhou, não respondeu aos 70%

da população que ainda está por vacinar.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.

O Sr. João Dias (PCP): — Termino, Sr. Presidente. Não respondeu aos 85% da população, que não teve o seu benefício total.

E, já agora, Sr.ª Deputada, quanto aos profissionais de saúde e quanto às autarquias, não podemos deixar

de responder às suas necessidades, criando condições para que o processo de vacinação se concretize.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, começo por agradecer as perguntas formuladas e o reconhecimento da importância deste tema, que todos temos acompanhado, e também a moderação que

devemos ter em assuntos de tal responsabilidade. As populações sabem perfeitamente que não é com

populismos, não é com imaginação e irrealismos que nós resolvemos os problemas dos portugueses. E as Sr.as

e os Srs. Deputados também sabem muito bem que a nossa população reconhece o sucesso da vacinação.

Queria deixar isto claro.

Queria, também, deixar claro, como disse há pouco, que nem tudo é perfeito — aliás, o mundo não é perfeito

—, pelo que este processo não é perfeito em Portugal como não é em nenhum País.

Claro que, no início, quando havia poucas vacinas, era impossível chegar a todos, mas foi possível

estabelecer prioridades e começar por priorizar os nossos utentes dos lares, das unidades de cuidados

continuados. E, Srs. Deputados, não sei quais é que os senhores acham que não deviam ter sido vacinados,

porque foi isso que nos permitiu reduzir muito depressa o número de óbitos nestas unidades.

Portanto, também os profissionais de saúde que estavam na linha da frente tiveram prioridade e foram

vacinados e, à medida que as vacinas foram aumentando, pudemos ir alcançando segmentos da população

também frágeis e que mereciam essa atenção.

Claro que quando começou a haver mais vacinas puderam estabelecer-se outros critérios, como o da idade,

que é de mais largo espectro e permite a aceleração da vacinação.

Sr. Deputado Maló de Abreu, bom senso acho que, realmente, todos devemos ter, como disse, mas não é a

questão de ser um militar ou um civil que pode fazer a diferença. Aliás, este coordenador da task force já fazia

parte da comissão técnica e também temos de reconhecer o trabalho e as dificuldades iniciais do primeiro

coordenador da task force. Mas acho que não temos de estar aqui a discutir isso, porque o que importa são os

resultados que conseguimos.

O reforço que foi feito em relação ao Serviço Nacional de Saúde, isso, sim, fez com que a resiliência fosse

maior e pudéssemos, dessa forma, atender aos portugueses.