I SÉRIE — NÚMERO 69
36
Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, é claro que o plano de vacinação foi bastante importante, mas também se
disse, desde o início, que o plano tinha de ser adaptado e, na verdade, foi isso que foi feito.
Diz que eu disse que havia dúvidas em relação ao que os portugueses iriam conseguir e foi, realmente, na
aceção de que muitos, aqui, achavam que não teríamos capacidade, que os profissionais de saúde, em Portugal,
não tinham capacidade para, quando chegasse a vacinação em massa, conseguir responder. A verdade é que
todas as instituições, em Portugal, contando com esses profissionais de saúde e, também, com a organização
que temos, a todos os níveis, foram capazes de responder.
Por último, Sr. Deputado João Dias, quanto à questão das patentes e da União Europeia, que aqui suscitou,
reafirmo que foi por estarmos em conjunto com a União Europeia que foi possível termos vacinas na altura em
que as conseguimos ter, porque de outra forma seria muito mais difícil.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — E concluo, Sr. Presidente, dizendo que a questão das patentes não é essencial, mas é uma questão que tem de ser analisada,…
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou largamente o tempo de que dispunha, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — … assim como a do aumento da produção dessas mesmas vacinas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, do Grupo Parlamentar do PAN.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, gostaria de saudar a Sr.ª Deputada Hortense Martins e dizer o seguinte: o PAN sempre defendeu que o plano de vacinação deveria ser
suficientemente flexível para se ir ajustando àquelas que fossem as necessidades identificadas, mas também
sempre defendemos que deveriam ser priorizados os grupos de elevada vulnerabilidade e risco.
Ontem, em audição regimental, questionámos a Sr.ª Ministra da Saúde sobre quando é que começaria a ser
vacinada a população reclusa e obtivemos a informação de que seria a partir do dia 31 de maio, mas não temos
ainda informação sobre como será o processo de vacinação de pessoas em situação de sem-abrigo, como
resulta de uma recomendação que o PAN trouxe a esta Casa, porque estamos a falar, evidentemente, de
pessoas em elevado risco de vulnerabilidade, e o mesmo se diga de pessoas com doença mental severa.
Falamos de dois grupos que estão em risco, pelas condições em que se encontram, mas que também podem
colocar outras pessoas em risco.
Gostaria de saber se a Sr.ª Deputada tem alguma coisa a dizer sobre esse assunto, se tem algum
conhecimento de causa.
Trago-lhe ainda outra questão, relativa a outro grupo, sobre o qual temos recebido bastante informação e há
critérios diferentes em todo o País. Falo-lhe do grupo de pessoas que são cuidadoras, em equipas de trabalho
nas casas de acolhimento residencial de crianças e jovens que são retirados às famílias e também dos
motoristas escolares.
Saudamos, evidentemente, a decisão do Governo de vacinar os agentes educativos, mas estamos perante
dois grupos de pessoas que estão claramente ligadas a crianças e jovens. Acresce que numa zona do País,
concretamente em Lisboa e Vale do Tejo, já houve resposta positiva para avançar com a vacinação e, por isso,
pergunto-lhe se não considera que deveria haver uma resposta igual em todo o País para estes dois grupos.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.