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I SÉRIE — NÚMERO 69

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Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, saúdo a Sr.ª Deputada Hortense Martins por ter trazido este tema a debate. Trata-se de um tema que é me é caro, que também tenho trazido aqui várias vezes, pelo

que gostava de começar por referir uma das suas frases, em que disse — suponho que não para nós, mas para

alguém não identificado — «para aqueles que duvidavam dos portugueses». Ó Sr. Deputada, pelo menos nós,

no CDS, nunca duvidámos dos portugueses. A nossa dúvida era bastante específica e tinha mesmo que ver

com a Sr.ª Ministra da Saúde. Eu não sei se se lembra, mas a Sr.ª Ministra, em final de novembro, garantiu que

o risco de Portugal não estar preparado para vacinar era zero e que há muito que o País se estava a preparar.

Na verdade, depois, tínhamos razões para ter dúvidas, porque não foi bem assim, aconteceram uma série

de percalços que eu me vou agora escusar de elencar, até porque é tempo para nos congratularmos com o que,

de facto, está a correr bem. E o que está a correr bem aconteceu com a entrada da segunda escolha, que

deveria ter sido a primeira, que foi o Sr. Vice-Almirante Gouveia e Melo assumir o plano de vacinação.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Gostava de lhe dizer que sim, que é verdade, que há um resultado muito positivo a partir do momento em que ele assume essas funções e que isso tem obviamente a ver, também

— é preciso reconhecer —, com a chegada de um maior número de vacinas. Mas não se trata só da chegada

de um número maior de vacinas, mas sim de, depois, saber aplicá-las corretamente.

De facto, deixou de haver problemas com as vacinas sobrantes. E passou a haver o autoagendamento, como

bem aqui disse, mas, tal como eu, deve ter ouvido o Sr. Vice-Almirante dizer que não estava nada preparado

para isso. Foi o cabo dos trabalhos, não o cabo das Tormentas, montar uma coisa que não tinha sido pensada,

ao contrário de todo o planeamento que tinha sido anunciado pela Sr.ª Ministra da Saúde que, finalmente, tomou

uma decisão difícil, mas muito acertada, de fazer a vacinação por faixas etárias, em vez de estar à procura de

pequenos grupos que atrapalhavam a capacidade e o ritmo.

Mas o que, atualmente, atrapalha o processo de vacinação, e que a Sr.ª Deputada se escusou de referir, é

mesmo a DGS e a Comissão Técnica de Vacinação. É que, quando continuam a impor normas

incompreensíveis, sem nenhum critério científico, como aquela que impuseram para a vacina da Janssen, que

só pode ser administrada a pessoas com mais de 50 anos, isto faz com que, quando chegar o grande

contingente, que será no terceiro trimestre, já estejamos a vacinar pessoas abaixo dessa idade.

Resulta, em palavras do Sr. Vice-Almirante, que sobram três milhões de vacinas. Assim, Sr.ª Deputada,

pergunto-lhe: parece-lhe este um bom planeamento? Parece-lhe que a DGS está a tomar a melhor decisão

científica? E baseada em quê?

Aplausos do CDS-PP.

Entretanto, assumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias.

O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Hortense Martins, quero felicitá-la por ter trazido a debate o tema da vacinação, tema que é muito caro ao PCP, tendo em consideração aquilo que

o PCP tem apresentado em termos de propostas para resolver e responder ao problema de fundo, que é a falta

e a escassez de vacinas com que estamos confrontados.

Apesar de a Sr.ª Deputada ter manifestado alguma satisfação e agrado com o evoluir da vacinação, a verdade

é que estamos confrontados com o que sobra, com o que a União Europeia nos deixa ter, quando aquilo que o

PCP tem proposto são medidas que respondem, de facto, a esta dificuldade da falta de vacinas.