I SÉRIE — NÚMERO 79
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O Sr. André Pinotes Batista (PS): — … e dizer «sim, reconhecemos que a vacinação correu bem», como
se a vacinação fosse um assunto de somenos importância. É importante resgatar o CDS deste equívoco! A
vacinação é, de facto, o mais determinante aspeto do combate à pandemia. Srs. Deputados, encontramo-nos,
hoje, com 7 milhões de doses administradas, um quarto da nossa população com o esquema vacinal já
cumprido! Mais: se, no setor dos com mais de 80 anos, temos 97% de imunização, dos com 65 aos 79 anos,
temos 96% de imunização e, até, dos com 50 aos 64, já temos 70%, é caso para dizer que ainda bem que
reconhecem que a vacinação correu bem, porque o facto de a vacinação estar a correr bem, do ponto de vista
substantivo, quer dizer que o combate à pandemia está a correr bem e que, apesar de a crise ainda não ter
acabado, apesar de a pandemia ainda não estar ultrapassada, a verdade é que vamos no bom caminho, no
caminho da normalização.
Finalizaria, dizendo o seguinte: temos, nas nossas mãos, na dimensão económica, um plano de recuperação
absolutamente histórico. Trata-se do Plano de Recuperação e Resiliência — Portugal foi o primeiro a apresentá-
lo e, também, o primeiro a vê-lo aprovado — que, no global, confere 57,9 mil milhões de euros entre este plano
de recuperação, o PT 2020 e o Quadro Financeiro Plurianual.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista entende que a transparência, a promoção da transparência, a
garantia da boa execução e a garantia da eficaz fiscalização são fundamentais. O papel deste Parlamento tem
sido central e, como existe uma comissão eventual que tem feito este trabalho, apresentaremos uma proposta
no sentido de alargar o seu objeto e no sentido, também, de prorrogar, até ao fim da Legislatura, este mesmo
papel que o Parlamento tem cumprido, desafiando todos os Srs. Deputados a aderir a esta proposta.
Perante este elenco de certezas da direita que, para nós, é um elenco da necessidade de sermos humildes,
garantimos apenas o seguinte aos portugueses: continuaremos a responder a esta crise da forma a que ela tem
de ser respondida, identificando os problemas, tendo a humildade de adaptar o que é de adaptar e agindo em
proporcionalidade.
É isto que esperam de nós em tempos de crise, é isto que o Governo e a bancada do Partido Socialista têm
feito.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Morais Soares, do CDS-
PP.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Um dos setores mais afetados pela pandemia foi, e continua a ser, o terceiro setor, o setor social.
A economia social tem um papel de particular relevância na sociedade portuguesa, pela proximidade que
tem no dia a dia com as pessoas e nas respostas que dá às pessoas mais desprotegidas, aos nossos idosos,
às nossas crianças, às pessoas portadoras de deficiência e às famílias mais carenciadas. As instituições sociais,
enquanto parceiros ativos no desenvolvimento local e no apoio aos mais desprotegidos, desempenham, assim,
um papel determinante em cada uma das nossas comunidades, de norte a sul, do interior ao litoral, sem nunca
esquecer as nossas ilhas.
Estas entidades, perante todas as adversidades, como as que foram provocadas pela pandemia de COVID-
19, não só conseguiram desenvolver-se e manter a sua atividade, como a grande maioria delas conseguiu
reforçar as suas respostas de proximidade a todos aqueles que mais precisavam. E isto, Srs. Deputados, tem,
de facto, um valor incalculável. Veja-se todo o trabalho de apoio social que estas instituições fizeram e continuam
a fazer no combate à pandemia.
Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, a economia social continua a ser indispensável para garantir a prestação
de serviços intergeracionais e para o futuro do nosso País: um País onde as famílias tenham mais oferta de
creches para os seus filhos; um País onde cada idoso possa escolher ficar em casa e ser cada vez mais
acompanhado ou ir para um lar e nele encontrar boas condições; um País com cuidados continuados de
qualidade, próximos e acessíveis; um País onde as pessoas portadoras de deficiência não tenham de abandonar
as suas terras para encontrar quem cuide delas.