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19 DE JUNHO DE 2021

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àquilo que foi prometido, desde há largos meses, desde há 15 meses, ou seja, havia um compromisso de

responsabilidade com o Governo para o combate à pandemia. Mas esse é, de facto, o tom e foi isso que

aconteceu durante este debate.

Também quero dizer que a direita chegou a este debate fazendo aquele exercício, que é desonesto — e

também é preciso que se diga isto —, que consiste em meter o País dentro de uma bolha e esquecer aquilo que

se passa no resto do mundo ou no resto da Europa, para ficarmos mais perto.

Durante o debate, fui procurar alguns indicadores sobre o número de infeções em comparação com alguns

países europeus e cheguei à seguinte conclusão: Portugal está, hoje, com 7% do número que teve no pico das

infeções, mas Espanha está com 6%, a França está com 6%, a Alemanha está com 6%, a Rússia está com

43%, a Grécia está com 20%, a Holanda tem 9%, o Reino Unido tem 13%, a Finlândia tem 9%, a Suécia tem

9%. Srs. Deputados, isto é o que se passa no mundo, não é o que se passa em Portugal. É o que se passa no

mundo!

Mas, mais: o Sr. Deputado Cristóvão Norte, que já não está cá, falou também da economia e também fui

fazer uma comparação. O que é que se passa com a economia? Vejam o emprego, e este Governo disse, desde

a primeira hora, que um dos combates principais era garantir que se mantinha a capacidade produtiva das

empresas e isso significa manter o emprego. O que se passa na Europa, em 2020? Num ano inteiro de

pandemia, Portugal teve 6,5% de desemprego. Ora, a União Europeia teve um 7,3%, em termos de média, a

Espanha teve 15,3%, a Itália 10,1%. Srs. Deputados, é preciso fazer esta comparação.

É verdade que temos menos margem de manobra para atuar na economia, temos menos dinheiro para injetar

na economia, mas o que a economia portuguesa demonstrou é que é resiliente, está a aguentar esta crise e as

medidas do Governo estão a ser eficazes para combater a crise pandémica que afeta a economia, como todos

nós sabemos e com a qual estamos, obviamente, preocupados. Os senhores ignoram essa matéria, mas não

podemos deixar passar esta questão.

Aliás, os Srs. Deputados que ontem falaram sobre economia portuguesa e sobre a eventual falta de

competitividade da economia portuguesa deviam ler o Jornal de Negócios, cuja manchete principal é: «Portugal

atrai empresas e capital como nunca». Não somos nós que o dizemos, são especialistas. Trata-se de uma

análise global segundo a qual o stock de investimento direto estrangeiro é dos maiores dos últimos tempos.

Portanto, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o combate que estamos a fazer por uma economia que

inclua a luta pela saúde pública e pelo apoio social é difícil e não há um único caminho, mas os senhores não

trouxeram aqui nenhuma novidade.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Duarte Alves, do

PCP.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: A gestão

da pandemia no plano económico tem sido marcada por benesses para as grandes empresas, principais

beneficiárias de medidas como o layoff. ao mesmo tempo que fica para trás o apoio às micro, pequenas e médias

empresas, que são a base do tecido empresarial português, que são as que criam mais emprego e maior volume

de negócios.

Foram as pequenas empresas que mais sofreram com os sucessivos confinamentos, com as restrições à

entrada de turistas, mas também com os atrasos e discriminações nos apoios, com a falta de investimento

público, o qual promove a atividade de muitas destas empresas.

Sim, faltou investimento público. Basta vermos a diferença, em percentagem do PIB (produto interno bruto),

entre as medidas de apoio à economia em Portugal e noutros países da Europa. Em vez disso, tivemos

moratórias bancárias e o problema que não podemos ignorar é o de que setembro está já aí, ao virar da esquina.

Sem medidas que permitam recuperar a normalidade da vida e da atividade económica, o fim das moratórias

pode significar que, de um momento para o outro, milhares de famílias com crédito à habitação e milhares de

empresas fiquem em incumprimento por não terem como pagar as suas prestações. Propusemos o

prolongamento das moratórias tendo em conta esta situação e a medida foi limitada por PS e PSD, mas o PCP