O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 79

36

não desistirá de apresentar soluções para evitar o desastre em setembro e, sobretudo, soluções de fundo que

resolvam os problemas.

Nas medidas de apoio às empresas mantêm-se as discriminações em função do CAE (Classificação

Portuguesa de Atividades Económicas), de terem trabalhadores ou não, das dívidas aos bancos ou mesmo do

tipo de contabilidade, como se os empresários que decidiram recorrer a regimes simplificados — que a lei

permite! — fossem fora da lei.

Por fim, o Governo não pode ignorar os custos de contexto que as micro, pequenas e médias empresas

enfrentam e que nos últimos tempos têm aumentado, num momento que ainda é de crise e de dificuldades. Os

custos com a energia, com os combustíveis, que aumentaram, com as portagens, com as rendas, com os

créditos, com a concorrência desleal das multinacionais, isso, sim, dá cabo da vida às pequenas empresas que

procuram sobreviver a esta crise.

Que resposta dará o Governo a estes problemas concretos que enfrentam as micro, pequenas e médias

empresas?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Oliveira, do

PS.

O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: A pandemia

que vivemos não trouxe apenas uma crise de saúde pública. Com ela veio também, como se esperava, uma

crise económica e social, mas os impactos económicos e sociais são sempre mais bem compreendidos quando

comparados com os impactos de outras crises.

A queda do PIB em 2020 foi superior à queda do PIB do ano de 2012, mas quando comparamos o

desemprego, o aumento do desemprego em 2020 foi muito menor do que o aumento do desemprego no início

da década passada.

A crise social que vivemos é grande, mas não tem a dimensão que por muitos foi anunciada, a crise social

que vivemos é incomparavelmente menor do que a crise social anterior e a grande diferença para estes

resultados distintos não está na crise. As respostas dadas é que estão a ser radicalmente diferentes e essa é a

grande diferença.

Conseguimos amortecer os impactos desta crise, mas não graças aos mercados nem a nenhuma mão

invisível, pelo contrário, foi mesmo graças a uma mão bastante visível, foi graças à mão do Estado social.

Aplausos do PS.

Em 2020, a despesa da segurança social cresceu mais de 12%, mas mesmo se compararmos com os anos

de 2012 e 2013, quando o desemprego e a desproteção social atingiram os valores mais altos dessa década, o

crescimento da despesa da segurança social em 2020 é quase o dobro — quase o dobro, repito — da soma do

crescimento da despesa da segurança social em 2012 e 2013.

Não faço estas comparações para criticar a governação do PSD e do CDS mas, sim, para que, de uma vez

por todas, percebam que quando a crise aperta não há mercados nem mãos invisíveis que nos salvem, só

mesmo um Estado social forte pode proteger a nossa economia e a nossa sociedade.

Aplausos do PS.

Sr.ª Secretária de Estado, ainda estamos longe do fim desta crise. Que garantias pode dar o Ministério do

Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de que as muitas medidas adotadas para a proteção social vão

continuar a ser a melhor arma para vencermos esta batalha?

Aplausos do PS.