I SÉRIE — NÚMERO 3
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Aplausos do PAN.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, em nome do CDS-PP, o Sr. Deputado Pedro
Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final da Sessão
Legislativa passada, discutimos um projeto de resolução de conteúdo muito idêntico a este, isto é, a
prorrogação até ao final do ano dos apoios extraordinários. Segundo se percebe, tudo continua na mesma se
não estiver pior.
Na verdade, apresenta-se e discute-se estes projetos de resolução hoje porque há apoios que o Estado
teima em conceder aos solavancos, dificultando o acesso aos mesmos através de burocracia ou,
simplesmente, não os concedendo. Poderíamos também falar de inúmeras situações de erros de
processamento, de erros de cálculo e de burocracia que têm afetado milhares e milhares de portugueses.
Sr. Presidente, além dos trabalhadores independentes, dos desempregados e de muitas destas pessoas
que estão a atravessar situações drásticas, o CDS, ao longo do último ano, alertou, por diversas vezes, para a
necessidade de apoiar também a economia e de proteger o emprego, promovendo a capacidade de o País se
restabelecer, não desperdiçando oportunidades e força de trabalho. Espelho dessa força de trabalho são,
precisamente, os empregadores e os sócios-gerentes, que construíram o tecido empresarial português,
composto maioritariamente por micro, pequenas e médias empresas, geradoras, sim, de postos de trabalho
por todo o território nacional. Não podemos esquecer-nos que quem cria postos de trabalho são as empresas,
são os empresários.
Apesar dos inúmeros anúncios feitos pelo Governo, sobre o lançamento de programas e de medidas de
apoio à retoma económica, a execução desses mesmos anúncios não correspondeu nem à velocidade exigida
para o lançamento e execução desses programas, nem à necessidade de apoio a todos esses setores,
levando, muitas vezes, muitos empresários ao desespero, sem solução. Muitos deles, infelizmente, tiveram de
fechar portas. O atual regime de apoio aos sócios-gerentes, também pelos critérios e limites definidos, tem
sido alvo de críticas severas por parte de empresários, de associações de empresários representativas do
setor, indicando que as medidas são, de facto, manifestamente insuficientes como resposta.
Sr. Presidente, também em sede do último Orçamento do Estado, foi aprovada uma majoração no limite
mínimo do subsídio de desemprego, por forma a atingir o valor mínimo correspondente a 1,15 do IAS
(indexante dos apoios sociais). Entendeu o CDS que a mesma deveria ser alargada ao subsídio por cessação
de atividade e ao subsídio por cessação de atividade profissional. Por isso, apresentámos uma proposta de
alteração, tendo sido, infelizmente, rejeitada. Apesar de a medida não ter sido aprovada, entendemos que
continuava a ser oportuna. Por isso, em fevereiro, levámos novamente esta proposta à votação, tendo sido
rejeitada, com os votos do PS.
Aproximando-se a apresentação e a discussão do próximo Orçamento do Estado, importa saber se o
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social vai ou não estar disponível para aumentar o limiar
mínimo dos subsídios por cessação de atividade para 1,15 do IAS, ou seja, passar dos tais 397,86 € para 457
€ ou 454 €.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira concluir a sua intervenção.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — É essencial para aqueles que se encontram sem trabalho e a
passar por muitas dificuldades.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, o Sr.
Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria começar por dizer que o PCP
acompanhará as propostas que vão no sentido de ajudar a resolver problemas colocados a muitos
trabalhadores e suas famílias, quer sejam trabalhadores independentes, quer sejam trabalhadores por conta
de outrem, em função das consequências resultantes da situação epidemiológica pela qual o País tem vindo a