18 DE SETEMBRO DE 2021
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passar, já há muitos meses. Por isso, acompanharemos os projetos de resolução que foram hoje
apresentados e que estão submetidos à discussão, quer pelo BE, quer pelo PEV.
Para o PCP, sempre foi uma questão fundamental que, neste quadro pandémico, não houvesse nem um
direito a menos. Adotámos esta insígnia e procurámos sempre apresentar propostas, na Assembleia da
República, no sentido de colmatar os problemas sociais e remuneratórios resultantes da pandemia, como os
despedimentos que se verificaram, em que as pessoas caíram em situação involuntária de despedimento,
justificados pela pandemia ou impostos a pretexto da pandemia.
Portanto, sempre nos batemos para que não faltassem apoios públicos a essas pessoas, assim como para
que não faltassem apoios a trabalhadores independentes que se vissem na mesma situação, por via da
cessação de atividade a que se viram forçados. Assim fizemos, designadamente no orçamento retificativo de
2020, em que considerámos que não se resolviam, de facto, os problemas que estavam colocados a muitas
dessas pessoas, como era suposto que o fizessem e como deveria ter sido feito. Também no Orçamento do
Estado para 2021, o PCP bateu-se para a aprovação de propostas que procurassem resolver ou, pelo menos,
colmatar as situações sociais mais graves resultantes da pandemia.
Nesse sentido, sendo essa a nossa posição, obviamente, havendo propostas que apresentam
recomendações ao Governo — evidentemente, todos sabemos as limitações que esta figura regimental
comporta —, acompanharemos as recomendações que são feitas.
Obviamente, os projetos de resolução que estão, hoje, a ser discutidos contarão com o voto favorável do
Partido Comunista Português.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos, agora, a palavra ao Sr. Deputado Diogo Pacheco
de Amorim, do Chega.
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Sr. Presidente: É mais do que evidente que o Apoio
Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores, criado pelo Governo e previsto no Orçamento do Estado
para 2021, continua a não dar a mais elementar resposta a quem mais precisa, pelos requisitos que exige,
pela burocracia que desencadeia. O problema é que se agrava no caso dos trabalhadores independentes. O
processo em vigor é lento, moroso, complexo e burocrático e não corresponde à real necessidade, urgência e
dificuldade dos portugueses.
São realidades como esta que desmontam a narrativa do Governo de que está tudo bem, de que o País vai
de vento em popa, de que o futuro é risonho. Portugal atravessa um momento difícil e o Governo devia falar
menos e trabalhar mais.
O Bloco de Esquerda, que tem dado todo o apoio a este Governo, é cúmplice desta negra e trágica
realidade, ainda que a preocupação, naturalmente, se registe.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do PS, a Sr.ª
Deputada Cristina Mendes da Silva.
A Sr.ª Cristina Mendes da Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do
Partido Socialista tem plena consciência de que vivemos tempos muito difíceis e que todos os meios são
poucos para fazer justiça às pessoas que foram mais atingidas com esta pandemia.
Acreditamos que o pior já passou e que a retoma económica será uma realidade que vai permitir às
empresas a sua recuperação e às famílias e trabalhadores a possibilidade de retomarem a sua vida. Neste
sentido, os projetos de resolução que aqui se discutem contêm uma preocupação com trabalhadores e
pessoas em situação de desemprego que se viram privados do seu rendimento em virtude da crise económica
e social provocada pela pandemia.
No entanto, gostaríamos de reforçar duas ideias. Primeiro, as preocupações do Bloco de Esquerda e de Os
Verdes são as preocupações do Partido Socialista e do Governo, pois todos estamos atentos às necessidades
dos trabalhadores e das pessoas que estão em situação de desemprego e somos solidárias e solidários com