I SÉRIE — NÚMERO 3
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as situações complexas e inesperadas com que muitas cidadãs e cidadãos se depararam durante esta
pandemia.
Segundo, é uma realidade incontornável que o Governo aprovou medidas extraordinárias, que têm sido
alteradas e ajustadas para acompanhar a evolução da pandemia, num esforço de conjugar a proteção social
estrutural com novas formas de apoio, marcadamente conjunturais, e que deram resposta a todas as pessoas
nas diferentes situações, algumas delas novas e bem complicadas.
Por conseguinte, é importante lembrar que os apoios extraordinários COVID-19 já beneficiaram 3 milhões
de portugueses, num total de 4,5 mil milhões euros, e que o Governo tem garantido uma monitorização
constante dos impactos sociais da pandemia, permitindo um ajustamento destes apoios, acompanhando a
evolução da pandemia e da economia.
Este esforço para conjugar a proteção social estrutural com novas formas de apoio aos cidadãos,
marcadamente conjunturais, tem permitido proteger o emprego ao mesmo tempo que apoia as famílias com
quebra de rendimentos, minorando os impactos económicos e sociais da pandemia.
Ao contrário da anterior crise, em que o desemprego chegou aos 20%, atualmente, o nível de desemprego
é de 6,6%.
É ainda importante referir que, ao mesmo tempo, combatemos os despedimentos ilegais, reforçando a
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) com um aumento de inspetores de trabalho — cumprindo,
pela primeira vez, os rácios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e atribuindo o poder executivo de
suspensão dos despedimentos ilegais —, e estamos a promover o reforço dos juízos do trabalho. Contudo,
para o Partido Socialista, a única proteção efetiva dos portugueses no desemprego é o emprego; é o emprego
digno e não precário.
Neste âmbito da promoção do emprego, revimos as políticas ativas de emprego, promovendo os contratos
sem termo, e tomámos medidas extraordinárias para proteger o emprego neste período de pandemia, tendo
Portugal, no segundo trimestre de 2021, atingido valor mais alto de emprego da década, desde 2011.
Assim, é importante clarificar que as famílias e os trabalhadores que o Bloco de Esquerda quer proteger,
nomeadamente através da prorrogação do subsídio de desemprego ou do subsídio social de desemprego, já
têm garantida a sua proteção social através das medidas que o Governo já está a aplicar, designadamente
através do regime de prorrogação do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego que
aprovámos no Orçamento para 2021 e através do Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Já esgotou!
A Sr.ª Cristina Mendes da Silva (PS): — O Governo do Partido Socialista apoia famílias, trabalhadores,
desempregados e empresas, sendo que as medidas e os apoios extraordinários aprovados salvaram
empregos e protegeram, ainda mais, todos os trabalhadores.
É importante lembrar que, só na medida layoff, foram apoiados 1 milhão e 224 mil trabalhadores e cerca de
118 mil empresas. E, no apoio à retoma progressiva e incentivo à normalização, foram apoiados 1 milhão e 97
mil trabalhadores e cerca de 140 mil empresas. Claro que não podemos esquecer todas as medidas
extraordinárias de apoio social que deram resposta a cerca de 3 milhões de beneficiários.
Estamos a falar de medidas de apoio à família, do complemento de estabilização, de abonos de família
complementares, das prorrogações das prestações sociais, dos apoios aos trabalhadores independentes, do
apoio aos sócios gerentes, baixas e apoios extraordinários ao rendimento dos trabalhadores.
Assim, ninguém ficou desprotegido e ninguém deixa de estar protegido pelas medidas que o Governo já
tem em prática e que poderá sempre melhorar, adequando-as às necessidades.
Para o Partido Socialista, o Estado social é uma prioridade e a justiça social a maior manifestação de um
Estado democrático, onde a liberdade e o respeito pelo outro são a missão de quem presta serviço público e
sabe que os recursos são escassos e que devemos ter como primado essa justiça social, principalmente
quando estamos a atravessar uma pandemia.
Aplausos do PS.