18 DE SETEMBRO DE 2021
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um rendimento de 600 €! Aqueles que professam a justiça social, vejam quão desleal, quão prejudicial é um
imposto desta natureza, que consome uma fatia significativa dos rendimentos de uma família!
Portanto, estes senhores, não honraram a sua palavra, e isso já todos sabemos. Quanto ao mais, deixo
duas notas: nós não queremos economias rentistas, nós não queremos economias que funcionem em
monopólio ou em oligopólio.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E vai daí…
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Vai daí — muito bem, Sr. Deputado —, vai daí, nós construiremos
soluções, na especialidade, para que, se for necessário que essa regulação seja mais robusta, ela venha a sê-
lo, sem nos esquecermos de que quem menorizou a regulação, colocando pessoal político sem competências,
foi este Governo. Foi este Governo que fez isso,…
Aplausos do PSD.
… foi este Governo que retirou meios para que houvesse uma melhor regulação.
Em relação à proposta do CDS, votá-la-emos favoravelmente, para que entre em vigor a partir de 1 de
janeiro, para que não haja dúvidas de constitucionalidade, e outras, porque, e quero recordar, em 2018, o PSD
apresentou uma proposta para a neutralidade fiscal e o CDS votou a favor, o PCP votou a favor,…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — … o Bloco de Esquerda votou a favor e, quando chegámos à
especialidade, de repente, o PCP e o Bloco de Esquerda lembraram-se do argumento da «lei-travão»…
Protestos do Deputado do PCP Duarte Alves.
… e da inconstitucionalidade, coisa de que, nas últimas vezes, não se têm lembrado tanto.
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Portanto, não foram consequentes com aquilo que disseram, mas nós
somos: queremos a lei cumprida e queremos os impostos mais baixos!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado João
Cotrim de Figueiredo.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados: Este Governo do PS já é conhecido pelo seu contorcionismo político, mas este Ministério do
Ambiente e esta Secretaria de Estado da Energia são o expoente máximo da propaganda, que tenta atirar
areia para os olhos dos portugueses. E este tema dos combustíveis é um excelente exemplo disto mesmo.
Os estrategas da propaganda do PS perceberam que o elevado preço dos combustíveis era um problema
político para o Governo. Vai daí, há que baixar os preços — concluíram os génios da propaganda. Mas como?
Através da baixa de impostos, da baixa do ISP? «Ah, não, porque isso vai estimular a emissão de CO2 e
matamos o planeta», dizia um desses génios.
Ah, então, limitam-se as margens das petrolíferas? «Isso é uma grande ideia! O PS faz um figurão e as
petrolíferas, essas malvadas, é que pagam», disparou outro génio.
Mas descer os preços, através da baixa das margens, já não mata o planeta? «Não, claro que não! Se não
forem os impostos a descer, só é emitido CO2 do bom e ainda atacamos o capitalismo, outro malvado».