I SÉRIE — NÚMERO 12
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto, do Grupo
Parlamentar do Chega.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este tema que trago aqui é um assunto
muito sério. Vou falar-vos da prevenção do suicídio nas forças de segurança.
Ouvi, há pouco, a Sr.ª Deputada Anabela Rodrigues, do Partido Socialista, dizer que muito há a fazer a nível
da saúde mental em Portugal. Estamos inteiramente de acordo.
São propostas como estas, que o Chega traz hoje a este Plenário, que temos de aprovar e em que temos de
deixar a ideologia de lado. É um projeto de resolução com medidas concretas para prevenir o suicídio nas forças
de segurança, que têm números aterradores, números que nos devem fazer pensar, a todos, nesta Casa, sobre
o que é que andamos a fazer de há 20 anos para cá.
Desde há 20 anos que se suicidaram 165 profissionais nas forças de segurança: 80 agentes da PSP (Polícia
de Segurança Pública) e 85 militares da GNR (Guarda Nacional Republicana). Já este ano, suicidaram-se mais
cinco. Portanto, os números estão a aumentar, a aumentar quase diariamente. E o que é que esta Casa faz?
Por ideologia, vota contra as propostas do Chega. Temos de deixar as ideologias de parte, de uma vez por
todas, e meter o bem-estar dos cidadãos em primeiro lugar.
Aplausos do CH.
Também temos de perceber que o suicídio nas forças de segurança é um processo complexo. Não é apenas
um ato isolado, pois não acontece apenas uma vez, de vez em quando, mas acontece muita vez. E porquê?
Temos de refletir sobre os porquês.
Ser polícia ou agente da GNR é, sem dúvida, uma profissão de risco. O subsídio de risco tem de ser
urgentemente aumentado. Os ordenados são baixos e a carreira pouco atrativa. Portanto, também temos de
aumentar os ordenados às forças de segurança.
Depois, a grande maioria dos efetivos está longe das zonas de residência e também da família, e isso é um
fator fundamental. A solidão — como há pouco se falou — é um fator fundamental para o aumento dos suicídios.
Também temos a falta de respeito que existe em Portugal para com as forças de segurança, falta de respeito
essa que o Estado e o Governo continuam a tolerar e a não impedir.
O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Muito bem!
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Esse é um grande problema que tem acontecido nas nossas forças de segurança,
em Portugal.
A pergunta que alguns homens e mulheres que estão ali em cima, nas galerias, certamente fazem, é a
seguinte: de que vale a pena ser polícia? Eu acredito que quando estão sozinhos, em casa, muitas vezes
pensam nisto. É uma profissão que, neste momento, ninguém valoriza, e que até despreza, em Portugal. É tudo
isto que esta maioria e este Governo têm de mudar. Também, inclusive, a degradação das condições de
trabalho.
Depois, falta referir uma coisa muito importante, que é a falta de apoio psicológico. Nós poderíamos falar no
geral, mas estamos a falar, concretamente, das forças de segurança.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Termino, Sr. Presidente.
Que apoio psicológico tem dado este Governo às forças de segurança? Nenhum, nenhum apoio psicológico!
O Estado falhou e falha diariamente às forças de segurança e nós não deixaremos que isso aconteça.
Aplausos do CH.