I SÉRIE — NÚMERO 13
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plenária, o que, por exemplo, me impossibilitou de estar a assistir a uma declaração política do presidente do
meu partido. Portanto, foi tudo, tudo, tudo surreal, e só não foi mais complexo graças aos esforços dos partidos,
obviamente, e aos bons serviços que esta Casa tem.
Essas são as duas principais razões pelas quais vamos votar abstenção.
Mas há uma marca que fica e que vai muito além do tema das ordens profissionais.
Ao longo desta Legislatura, este processo foi debatido duas vezes no Plenário: em junho de 2022 e em julho
de 2023. Nas intervenções que fiz nesses debates, referi que o Partido Socialista estava a fazer esta reforma
apenas por imposição de Bruxelas,…
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Isso não é verdade!
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — … por uma questão de necessidade dos milhões da Europa.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Isso não é verdade! Isso não é verdade!
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Cada vez que eu disse isto, quer em junho de 2022, quer em julho de 2023,
o Deputado Eurico Brilhante Dias disse aquilo que está a dizer neste momento: «Olhe que não, olhe que isso é
mentira!» Mas é o próprio Governo que formaliza, junto desta Assembleia da República, que precisa desta
proposta aprovada para receber os milhões da Europa.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não é verdade!
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — É o seu próprio grupo parlamentar que, no grupo de trabalho — se não sabe
isto, Sr. Deputado, vá-se informar junto do seu grupo parlamentar! —, reconhece esta necessidade.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — É mentira!
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Portanto, a marca que fica neste processo é a dependência do País — graças
ao Partido Socialista! — dos milhões da Europa.
Querem um país pobre? Vamos continuar a ter um país pobre, enquanto vocês governarem. É uma vergonha!
Aplausos da IL.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o
Sr. Deputado Alfredo Maia.
O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria fazer um comentário muito breve
relativamente às condições deploráveis em que decorreu este processo, que acabam, como alguém disse,
desprestigiando a própria Assembleia da República.
Falarei, agora, do mérito das propostas de avocação, começando pelas do Partido Socialista, salientando
que o Partido Socialista avoca propostas de normas que rejeitou, aliás, ostensivamente, na discussão e na
votação indiciária. Concretamente, refiro-me às propostas do PCP para os n.os 4 a 7 do artigo 6.º-D da Ordem
dos Enfermeiros.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Chumbou primeiro e copiou depois!
O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Chumbou-as primeiro e copiou-as depois, literalmente, ipsis verbis.
Por sua vez, o PSD faz o que era de esperar, avocando a generalidade das normas relativas à remuneração
dos estágios nas ordens profissionais, vindo defender o chumbo, naturalmente, daquilo que consta do texto final,
e o que consta do texto final é o direito à remuneração dos estágios.
Nesse sentido, o PCP, em coerência, votará a favor da manutenção deste texto.