14 DE OUTUBRO DE 2023
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Pois, claro!
O Sr. João Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Relativamente à proposta do PSD quanto ao prazo para a realização de
eleições nos vários órgãos das ordens, assinalamos que há uma diferença apenas de dias, o que se distingue
da posição de princípio do PCP, que é a seguinte: o PCP entende que os órgãos em exercício devem esgotar
os respetivos mandatos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do partido Livre, tem a palavra o Sr. Deputado Rui
Tavares.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Confesso que este debate está a ser um
pouco estranho, porque julgava eu que, neste tipo de debates, em geral, os partidos que queriam avocar as
suas propostas defendiam, primeiro, porque é que as queriam avocar e, segundo, porque é que queriam mudar
um sentido de voto entre a votação na especialidade e na sessão plenária, mas tudo bem.
O Livre, neste debate da reforma das ordens, tem tentado ter uma posição equilibrada, sendo que há muito
que ainda não sabemos. Não sabemos como é que a lei vai especificar os atos profissionais das ordens, que
serão agora abertos a outros profissionais que não os que estejam inscritos nas ordens, e daí viremos a saber
muito. Não sabemos como é que o Estado vai fazer para apoiar a transição para os estágios remunerados, que
nós defendemos.
Mesmo assim, consideramos que as ordens, uma vez que gerem aspetos essenciais — alguns dos quais
têm que ver com a relação entre Estado e cidadãos —, devem ser reguladas. Consideramos que é legítimo que
possam ser reformadas e que há alguns elementos nesta reforma que são positivos, e os nossos sentidos de
voto para as avocações e para o muito que temos a votar na especialidade, no articulado, procurarão refletir
esse equilíbrio.
O Sr. Presidente: — Para intervir, em nome do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel
Pires.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: Nós queríamos, em primeiro
lugar, salvaguardar o trabalho extraordinário dos serviços e dos trabalhadores desta Casa, que foram
inexcedíveis, num processo que foi altamente complicado e complexo, e também os esforços que foram feitos
pela presidente do grupo de trabalho, num processo que, temos de o dizer, foi, e é, absolutamente lamentável.
Na verdade, o que aconteceu foi que, sob a pressão de alegadas imposições europeias — como todos nós
ouvimos, inclusivamente no grupo de trabalho —, o Governo e o Partido Socialista acabaram por esvaziar
totalmente o processo em sede de especialidade e, até, o exercício da soberania democrática pelas Deputadas
e Deputados eleitos.
O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Em bom rigor, não tivemos um processo de especialidade, porque não houve
sequer tempo de fazer discussão e de fazer a votação artigo a artigo destes diplomas.
O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — É verdade!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Aquilo que existiu, na verdade, foi um simulacro de um processo, em que algumas
formalidades, é certo, foram cumpridas,…
O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — É verdade!