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21 DE OUTUBRO DE 2023

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E, por fim,…

O Sr. Presidente (Adão Silva): — É mesmo por fim, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — É mesmo por fim, Sr. Presidente.

É verdade que ninguém pode fazer trabalho suplementar de borla.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Claro!

O Sr. João Dias (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Ninguém pode ser forçado a não estar com a sua família, a não ter tempo

pessoal na sua vida. E, portanto, tudo o que é trabalho suplementar tem de ser regulado, tem de ser limitado, e

não se pode prejudicar sucessivamente estes trabalhadores pela falta de ação do Governo em conseguir reforçar

o efetivo, e pô-los a trabalhar de borla,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Claro!

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — … em prejuízo da sua saúde e em prejuízo, até, do serviço público. Esta é que

é a questão. E, portanto, é preciso o Governo deixar-se de conversas e começar a adotar medidas concretas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Assim sendo, chegamos ao fim do terceiro ponto da ordem de trabalhos.

Passamos agora ao quarto ponto, que consiste na discussão dos Projetos de Resolução n.os 918/XV/2.ª (BE)

— Investir num Serviço Nacional de Saúde de proximidade e de qualidade em Ovar em oposição à

deslocalização da população para uma unidade local de saúde, 572/XV/1.ª (PS) — Recomenda ao Governo que

promova as diligências necessárias à integração do Hospital Dr. Francisco Zagalo, de Ovar, e dos cuidados de

saúde primários, de Ovar, na Unidade Local de Saúde de Entre o Douro e Vouga, 928/XV/2.ª (PSD) —

Recomenda ao Governo a referenciação dos utentes do concelho de Ovar para a Unidade Local de Saúde de

Entre Douro e Vouga, 933/XV/2.ª (CH) — Recomenda ao Governo a manutenção do Centro de Saúde de Ovar

e 937/XV/2.ª (PCP) — Reforço dos cuidados de saúde em Ovar em resposta às necessidades das populações.

Dou, de imediato, a palavra ao Bloco de Esquerda para apresentar o Projeto de Resolução n.º 918/XV/2.ª e,

concretamente, à Sr.ª Deputada Isabel Pires.

Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, o Bloco de Esquerda

quer saudar as várias pessoas que, nos últimos tempos, se têm juntado, em Ovar, pela defesa de um Serviço

Nacional de Saúde (SNS) que responda efetivamente às suas necessidades.

Aquilo que temos verificado é que não são apenas os profissionais de saúde que justamente se têm

manifestado, mas também os utentes. E isso é importante, porque são estas as pessoas que defendem um

serviço público de saúde.

No entanto, a receita do Governo para supostamente resolver problemas do SNS já está lançada, é a

reorganização do SNS em unidades locais de saúde. E temos sido claros sobre isto: é uma forma de tentar

disfarçar os problemas e iludir os utentes. Porque, na verdade, soluções de concentração de recursos já foram

levadas a cabo no passado, por exemplo, com os centros hospitalares, tendo tido resultados medíocres,

nomeadamente em esvaziamento de unidades hospitalares mais pequenas, na sobrecarga das mais

diferenciadas, no agravamento da falta de recursos do SNS, desde profissionais a equipamentos.

Mas olhemos especificamente para os resultados das avaliações feitas às atuais unidades locais de saúde

(ULS).

Os estudos sobre as oito ULS atualmente existentes, realizadas pela Entidade Reguladora de Saúde e pela

Administração Central do Sistema de Saúde, não validam nem os argumentos da chamada eficiência, nem os