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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Posto isto, uma primeira nota prévia: o PSD é a favor da criação de unidades locais de saúde. A divergência

que tem com o Partido Socialista é ao nível da forma como se propõe avançar. É entendimento desta bancada

parlamentar que o processo se deveria desenrolar faseadamente, em diálogo com os autarcas e as populações.

Uma segunda nota importante: não somos contra a criação das ULS de Aveiro e Entre Douro e Vouga. A

integração e articulação dos cuidados de saúde primários, bem como os hospitalares, se bem implementados,

podem efetivamente traduzir-se em ganhos para os cidadãos.

Assim, importa clarificar o que está em causa no projeto de resolução que submetemos à apreciação desta

Assembleia. No âmbito da reorganização do Serviço Nacional de Saúde, que generaliza as unidades locais de

saúde, determinou o Governo integrar o município de Ovar na ULS de Aveiro, decisão que implica a

referenciação dos utentes deste concelho, com 55 000 habitantes, para o Hospital de Aveiro. Ora, para os

autarcas e para a população ovarense é de todo incompreensível a não integração de Ovar na ULS de Entre

Douro e Vouga como referenciação para o Hospital de Santa Maria da Feira.

Quem conhece a geografia do território e os movimentos pendulares da população do distrito não pode

aceitar nem compreender uma decisão como esta, do Governo do Partido Socialista. Ovar está à distância de

15 a 20 minutos do Hospital da Feira e a cerca de uma hora de Aveiro.

O Sr. Diretor Executivo do SNS e o Sr. Ministro da Saúde foram atempadamente alertados para este erro

grosseiro.

Já no início de 2023, o PSD questionava, nesta Casa, o Governo sobre esta matéria. Aliás, agora, quando

confrontado com a oposição da população e dos autarcas de todos — todos! — os quadrantes políticos em

todos os órgãos municipais onde está incluído o Partido Socialista, o Sr. Ministro da Saúde não conseguiu

justificar o injustificável.

Aplausos do PSD.

Limitou-se a lembrar que a lei consagra o princípio do livre acesso e circulação dos utentes do SNS, que lhes

permite optar por qualquer hospital. Ora, se assim é, porque insistiu o Governo em contrariar a lógica e a ordem

natural das coisas, penalizando os 55 munícipes ovarenses?

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, tinha razão o PSD quando defendeu que a criação das ULS deveria

ser feita de outra forma e em diálogo com as populações. O projeto que o PSD aqui apresenta recomenda ao

Governo que não integre Ovar na ULS de Aveiro.

Sr. Deputado do Partido Socialista, se não percebeu, voltamos a dizer: o que o PSD defende é a não

integração de Ovar na ULS de Aveiro.

Aplausos do PSD.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

A Sr.ª Carla Madureira (PSD): — No projeto do Chega, não percebemos a recomendação. Ou é uma gralha

ou, de facto, não conhecem o território.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — É uma gralha!

A Sr.ª Carla Madureira (PSD): — Quanto ao projeto de resolução apresentado e subscrito pelos Deputados

de Aveiro do Partido Socialista vai ter o nosso voto favorável. Aliás, na Comissão de Saúde, tivemos ocasião de

felicitar o PS por, finalmente, ter acordado para esta matéria, quando é conhecida a desgraça que todos e vários

partidos e a governação socialista fizeram à saúde no município de Ovar. Poderíamos relatar vários casos, mas,

de facto, já o dissemos aqui por várias vezes.

Para terminar, Sr. Presidente, formulo o meu desejo de que o Governo do Partido Socialista reconsidere este

caso e não obrigue, mais uma vez, o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa, a lamentar ter-se expressado mal

quando disse, e passo a citar: «Maioria absoluta não é poder absoluto, não é governar sozinho.» Assim

esperamos.