I SÉRIE — NÚMERO 16
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A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — Por outro lado, não podemos alinhar na ideia de que a prestação de trabalho
pelas forças e serviços de segurança pode seguir regras em tudo semelhantes às da Lei Geral do Trabalho em
Funções Públicas.
Eu sei que é difícil, mas há de chegar o dia em que o PCP vai perceber que, numa sociedade na qual todos
somos diferentes, o princípio da igualdade não pode ser sinónimo de tratar tudo por igual.
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Muito bem!
A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — Mas, Sr.as e Srs. Deputados, tenho uma dúvida: onde é que estava o PCP
quando apoiou o Governo Socialista, na geringonça? Porque é que não forçou a introdução de algo tão simples
como a conversão do trabalho suplementar em compensação remuneratória?
Sr.as e Srs. Deputados, a legislação e as componentes salariais das forças e serviços de segurança dão pano
para mangas e o PS arranjou, ao longo dos anos, métodos mais ou menos engenhosos para que os efetivos
pudessem ter um aumento do seu vencimento, como é o caso dos gratificados, que até têm um regime fiscal
próprio. Aumentar o custo dos gratificados seria sinónimo de aumentar os custos que vão diretamente ser
suportados pelas empresas e pelos cidadãos que precisam de recorrer a estes serviços.
Quando falamos em aumentar taxas e taxinhas, falamos de António Costa e da sua governação dos últimos
oito anos.
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — São factos!
A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — As pessoas não precisam de mais taxas e taxinhas, mas precisam, sim, de
mais liberdade económica, que lhes permita ter mais dinheiro no bolso ao final do mês para pôr comida na mesa,
ou, então, para gerirem o seu dinheiro da forma como bem entenderem.
Aplausos da IL.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Susana Amador.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O aumento de rendimentos por parte
dos trabalhadores da Administração Pública, onde estão as forças de segurança, é um desígnio do Governo,
deste grupo parlamentar, e tem sido alicerçado num diálogo leal, num diálogo franco e com os equilíbrios
possíveis que têm de ser sempre feitos.
Foi nesse sentido de responsabilidade, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, que chegámos até aqui, com
níveis históricos de emprego, com contas certas, conciliando sempre o reforço dos rendimentos, atualizando
pensões, com boas políticas públicas como a universalidade das creches, o aumento consecutivo do abono de
família, a atribuição dos manuais escolares ou, agora, com a gratuidade dos transportes para os jovens até aos
23 anos, o que envolve 1,7 milhões de jovens e crianças.
Acima de tudo, queremos sempre assegurar a sustentabilidade futura das soluções encontradas, garantindo
que dos diferentes processos não resultem passos que tenham de ser retrocedidos.
Em matéria de segurança interna, o relatório do Orçamento do Estado para 2024 é claro ao assegurar que
será dada continuidade ao trabalho de valorização dos elementos das forças de segurança, das suas condições
de trabalho, bem como das infraestruturas e equipamentos, contribuindo para uma maior atratividade para o
exercício de funções policiais, bem como para a melhoria qualitativa do serviço público prestado aos cidadãos.
Estamos todos os dias a concretizar e a valorizar o trabalho das nossas forças de segurança. Fazemo-lo
quando temos um investimento de 607 milhões de euros para infraestruturas e equipamentos até 2026. Como
sabem, Srs. Deputados, é o maior investimento de sempre na modernização, na requalificação e na dignificação
das condições de trabalho dos nossos homens e mulheres nas forças de segurança.
Recordo o PSD que já no anterior ciclo de programação executámos 340 milhões de euros, que foi cinco
vezes mais do que no ciclo anterior, de 2012 a 2016, que foi de 61 milhões. Portanto, não foi anúncio, foi
concretização e foi cinco vezes mais.