I SÉRIE — NÚMERO 16
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O Sr. Presidente (Adão Silva): — Quero dizer à Câmara que acompanhei com muita atenção a intervenção
da Sr.ª Deputada Susana Amador e, sobretudo, o esforço que fez para, apesar da sua voz tão potente, se
sobrepor ao ruído que há na Sala. Peço, pois, um pouco mais de contenção na Sala, porque desta maneira
talvez seja mais fácil para nós dirigirmos os trabalhos e ouvirmo-nos uns aos outros.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares, do Livre.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente: Já aqui foi dito que a discussão está em querer tratar de forma igual
aquilo que é diferente. Aliás, o PCP, que agendou este debate e traz iniciativas, foi acusado de querer tratar
tudo por igual, quando as situações são diferentes.
Creio que, se bem entendo, não é exatamente isso que está em causa. Está em causa que, sendo os
profissionais da PSP pessoas que têm uma profissão que é de grande desgaste — com um nível de perigosidade
que todos reconhecemos, em condições mais difíceis —, devam ser tratados de forma diferente, porque estão
numa situação diferente.
Mas há um ponto em que é verdade que há aqui uma questão de igualdade, dentro dessa diferença. Ou seja,
entre todos os profissionais da PSP, do que entendo, há cerca de uma centena que ficou prejudicada com as
mudanças na lei sobre o fator de sustentabilidade, entre 2014 e 2015 e, depois, em 2017.
Desse ponto de vista, faz todo o sentido que haja igualdade dentro da carreira profissional da PSP, ao mesmo
tempo que essa carreira — tendo condições diferenciadas, sendo mais perigosa e mais insegura do que as
gerais —,…
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Tavares (L): — … deva ser tratada de forma diferente…
Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.
… e é por isso que apoiamos esta iniciativa.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o
Sr. Deputado Pedro Pinto.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final deste importante debate sobre
forças de segurança — importa realçar que estamos a falar das forças de segurança —, tenho de dizer «bom
dia, Sr. Deputado José Soeiro, bom dia, Bloco de Esquerda, o debate era sobre forças de segurança».
Percebo que o Bloco de Esquerda não possa falar sobre as forças de segurança. Não pode, não tem moral,
não as respeita!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Ouça, ouça bem, tem de ouvir melhor!
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Esse é que é o grande problema do Bloco de Esquerda, que nunca respeita as
forças de segurança e, por isso, hoje não conseguiu falar das forças de segurança.
Aplausos do CH.
Este debate é importante e tem propostas quer do PCP, quer do Chega, quer do PAN. Propostas que o PCP
e o Chega têm feito reiteradamente, porque estamos ambos sempre em defesa das forças de segurança. Quer
aqui, quer nas comissões, quer nas petições, quer quando temos de receber alguém, PCP e Chega estão nessa
linha da frente.
Mas há uma grande diferença entre nós. A grande diferença é que o PCP apoiou uma solução governativa.
Esteve a apoiar Orçamentos do Estado do Partido Socialista. E o que é que fez para os homens e mulheres das
forças de segurança? Nada. Esta é que é a grande diferença, é que o Chega não apoiou nenhum Orçamento
do Partido Socialista e os senhores apoiaram.