O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 18

10

O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Isto porque, das outras vezes que governaram, como eu acabei

de recordar — com Guterres e com Sócrates —, deixaram as contas públicas de pantanas.

Vozes do PSD: — Exatamente!

O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, esta não é uma consolidação

orçamental estrutural.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — É, é!

O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Deixemo-nos de ilusionismos, deixemos de enganar os

portugueses.

Entre 2016 e 2019, o seu Governo baixou o défice em três pontos percentuais. Se somarmos o efeito da

política monetária do BCE (Banco Central Europeu), com descida de juros, o aumento dos dividendos e IRC do

Banco de Portugal, o aumento da carga fiscal, a redução do investimento público e ao aumento das cativações,

temos praticamente a descida do défice explicada.

Agora, entre 2022 e 2024, o senhor desce o défice porque cobra muitos mais impostos aos portugueses —

mais 9 mil milhões do que aquilo que previa o Orçamento.

Aplausos do PSD.

Se houvesse alguma dúvida sobre isso, Sr. Primeiro-Ministro, veja a evolução do saldo primário estrutural.

O orador exibiu um gráfico intitulado «Saldo Primário Estrutural % PIB».

Ou seja, a evolução do saldo sem os juros, o ciclo da dívida e as medidas pontuais. Em 2015, era 2,6 % do

PIB (produto interno bruto). Praticamente não se alterou até 2019 e, agora, é de 2,2 %, ficando abaixo daquilo

que havia em 2015.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, se o objetivo está correto, o caminho e a forma estão totalmente errados,…

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Exatamente!

O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — … isto porque este Orçamento, Sr. Primeiro-Ministro, tem

quatro pecados capitais.

O primeiro é a falta de crescimento económico. Eu sei que o senhor vai falar do período antes de 2016, em

que o País passou por uma crise e os senhores levaram-no a uma bancarrota.

Protestos do PS.

Eu sei que o senhor vai falar da média europeia, ignorando que as grandes economias não crescem e, por

isso, Portugal está a crescer um bocadinho acima da média europeia, insuficiente para o atraso do País.

Protestos do PS e contraprotestos do PSD.

Mas se compararmos com os países da coesão, Portugal, entre os 24, é dos que menos cresce, e cresce

menos de metade da maior parte desses países.

O segundo pecado capital é o aumento da carga fiscal. Desde que o senhor é Primeiro-Ministro, a carga

fiscal já subiu três pontos percentuais, e foi sobretudo no aumento de impostos. Os portugueses pagam cada

vez mais impostos e têm cada vez piores serviços públicos.

O terceiro pecado capital tem que ver com o investimento público.