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I SÉRIE — NÚMERO 21

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O PAN não se lembrou da agenda da transparência apenas a reboque de operações que vieram à colação pública, menos ainda porque vamos ter eleições em março; muito pelo contrário. Fomos responsáveis pela criação do Portal Mais Transparência, também temos pugnado por maior exigência nas obrigações declarativas dos políticos e até por trazer ao debate público projetos de lei para a regulamentação do lobbying, que são fundamentais para saber a pegada legislativa e para que quem está lá fora, os cidadãos, possa saber com quem se senta o legislador e os governantes para, precisamente, promover a legislação. E queremos, precisamente, que este debate seja feito com responsabilidade e rigor.

É neste sentido de responsabilidade que hoje trazemos duas propostas muito claras. Por um lado, queremos reforçar os meios de combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira através do reforço de recursos humanos, otimizando estes recursos e apostando na cooperação interinstitucional. Por outro lado, queremos garantir que o País terá uma nova estratégia de combate à corrupção, para vigorar até 2028, tendo em conta que a existente vai terminar em 2024, e que esta seja elaborada por um grupo técnico, equidistante e independente.

Não nos podemos esquecer de que o combate à corrupção e o reforço da transparência são absolutamente essenciais para garantir e assegurar que cada cêntimo do dinheiro público vai para onde tem de ir — para o bem comum, para a habitação, para a saúde, para os transportes públicos, para a proteção ambiental ou para a proteção animal — e não para onde não deve ir, isto é, para os interesses que têm vindo a ser servidos até aqui e os lobbies que tantas vezes se sentam atrás do pano.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Debatemos agora o artigo 135.º — Portal Mais Transparência. Para uma

intervenção pelo Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Paulo Sousa. O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo aqui presentes, Sr.as e

Srs. Deputados, podemos afirmar, cada vez com mais certezas, que a opacidade e a falta de transparência na gestão dos dinheiros públicos são a marca de água da governação socialista ao longo de décadas. Veja-se a quantidade de fundações e associações, cujos objetivos ninguém percebe bem ou com fins claramente enviesados politicamente, a receberem financiamento público.

Mas continuamos a assistir a um paradigma da governação onde se multiplicam anúncios e declarações de intenção para, posteriormente, e na verdade, nada mudar. É por isso que é de inegável urgência aumentarmos os mecanismos de controlo sobre todos os dinheiros e fundos que saem do Estado, ou seja, do bolso de todos os contribuintes portugueses.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Ora aí está! O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Nesse sentido, o Chega apresenta uma proposta de alteração a este

Orçamento do Estado em que propomos que o Governo atualize o Portal Mais Transparência. Esta atualização deve ser feita criando secções que permitem o acesso a toda a informação relativa ao financiamento público de fundações, observatórios, institutos públicos, semipúblicos e privados.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente! O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Entendemos ainda que devem estar indicados neste portal todos os

membros do Governo ou seus familiares que tenham celebrado negócios com o Estado. Cremos que é chegado o momento de este já defunto Governo, pelo menos, dar o exemplo de alguma

coisa. Já percebemos que este PS está demissionário e está agora disponível para aproveitar medidas que nunca antes aprovaria. Temos, por isso, esperança de que nos acompanhem nesta proposta, nem que seja por questões meramente eleitoralistas — por Portugal e pelos portugueses.

Aplausos do CH. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos à proposta 340-C, do Chega, de aditamento de um artigo

135.º-A — Auditoria externa às contas do Governo. Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Afonso.