25 DE NOVEMBRO DE 2023
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O Sr. Rui Afonso (CH): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, 160 mil
milhões de euros, agradecia que fixassem bem este número. Este é o valor da despesa pública que não foi alvo de controlo interno, segundo o exame panorâmico realizado pelo Tribunal de Contas à fiabilidade das contas de 2022 relativas às entidades que integram os subsetores da Administração Pública e da segurança social. Isto significa que mais de 72 % da despesa pública não foi alvo de qualquer certificação interna.
Mas, mais do que isso, também podemos ir aos ativos do Estado. Mais de 426 mil milhões de euros, ou seja, quase 75 % dos ativos do Estado, não são alvo de qualquer controlo interno.
Sr.as e Srs. Deputados, isto é gravíssimo! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente! O Sr. Rui Afonso (CH): — Das 1260 entidades da Administração Pública e da Segurança Social,
analisadas pelo Tribunal de Contas, apenas 18 % remeteram as suas contas com a respetiva certificação legal de contas.
Mas isto ainda piora, porque, segundo o próprio Tribunal de Contas, foram adulteradas certificações de contas relativas a 82 entidades ligadas ao Ministério da Saúde,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente! O Sr. Rui Afonso (CH): — … que apresentaram reservas relacionadas com a gestão de contratos-
programa e ativos ou passivos não registados nas demonstrações financeiras. E aqui, Sr.as e Srs. Deputados, não falamos só de falta de rigor; falamos de uma completa falta de
seriedade no reporte das contas públicas. Por isso, o Chega vem propor que, durante o próximo ano, seja promovida uma auditoria financeira externa
às contas do Governo relativa às últimas duas Legislaturas,… Vozes do CH: — Muito bem! O Sr. Rui Afonso (CH): — …uma auditoria independente, cujo relatório deverá ser publicado no Portal
Mais Transparência até ao final do ano de 2024. Mais do que nunca, importa pôr cobro à total bandalheira em que o Partido Socialista transformou as
nossas contas públicas. Aplausos do CH. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos, agora, à proposta 1320-C, do PCP, que adita um artigo
138.º-A — Programa de alargamento da oferta pública de habitação. Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, a situação da
habitação no nosso País é de uma autêntica emergência social. Os diagnósticos estão todos feitos, os dados são conhecidos e só não vê quem não quer ver: não há falta de casas; o que falta são casas que as pessoas possam pagar.
O Sr. João Dias (PCP): — Exatamente! O Sr. Bruno Dias (PCP): — A habitação e a vida das pessoas estão à mercê da selvajaria especulativa
que continua impune, porque os interesses e os lucros da banca e dos fundos imobiliários continuam a falar mais alto, e a resposta do Governo do PS é subsidiar com dinheiros públicos esses lucros e esses aumentos exorbitantes das rendas e das prestações da casa.