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20 DE NOVEMBRO DE 2023

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Portugal pode hoje aprovar o Orçamento mais ambicioso da Europa a contrariar o abrandamento externo

porque fez aquilo que realizou. Isto já depois de ter sido a segunda economia na União Europeia que, à

proporção da sua dimensão, mais apoios concedeu para compensar os efeitos da crise inflacionista.

Em suma, a redução da dívida não é um capricho, não é um troféu, não é um fetiche.

Risos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.

É o caminho que nos assegura mais recursos, que protege os mais vulneráveis e que garante a nossa

soberania.

Aplausos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados, os desafios da pandemia, da guerra e da inflação trouxeram a todos os portugueses

duas certezas. A primeira é a de que foi o Estado social que esteve sempre presente, que foi a espinha dorsal

da resposta em saúde.

Aplausos do PS.

A segunda é a de que, no ideário socialista, o Estado social ocupa um lugar central, pois ele é garante da

igualdade e assegura a liberdade, a justiça e a dignidade de cada pessoa.

Neste caminho, contámos com os partidos à nossa esquerda, mas também, muitas vezes, andámos

sozinhos, em particular quando foi preciso defender a sustentabilidade financeira do Estado social ou resistir à

captura deste por interesses de corporações.

Este é, sobretudo, um caminho que construímos contra a vontade da direita que, na verdade, ambiciona

privatizar a segurança social, a saúde e a educação.

Aplausos do PS.

Sim, Sr.as e Srs. Deputados, não nos esquecemos dos cortes de pensões do PSD.

Protestos do PSD.

E também não nos esquecemos do que o seu atual líder, mesmo antes da pandemia, defendia.

Protestos do PSD e do Deputado da IL Bernardo Blanco.

Recupero: «O plafonamento deve integrar a discussão [sobre a reforma da segurança social] sem complexos

ideológicos nem deturpações.» Isto dizia Luís Montenegro em 2019, enquanto falava na definição de um teto

máximo para as pensões públicas.

Aplausos do PS.

Ora, a opção por esta política não serve qualquer outro propósito que não seja individualizar as

responsabilidades e entregar a fundos privados, para investirem no País ou em qualquer lugar do estrangeiro,

dezenas e dezenas de milhões de euros dos portugueses.

Da mesma forma, não nos esquecemos da intenção da direita de privatizar a saúde e a educação, nem da

proposta de aplicar uma taxa de IRS igual para todos — agora transformada numa proposta mais discreta de

três escalões —, reduzindo a receita pública necessária para financiar o Estado social.

O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Mentira!