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4 DE JANEIRO DE 2024

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Podia, e vou, fazer esta intervenção só com recurso a provérbios, para vos provar que a sabedoria popular está plenamente plasmada nesta discussão.

Primeiro provérbio: «Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.» Já foi aqui dito que a maneira como se quis legislar nesta matéria, de forma atabalhoada, apressada, pouco democrática e pouco profissional, só podia dar, de facto, naquilo que deu, que foi um processo totalmente errático e que não satisfez ninguém, a culminar no facto de estarmos hoje aqui a discutir e a reapreciar, ipsis verbis, diplomas que já foram devolvidos pelo Sr. Presidente da República, numa manifestação do tal rolo compressor, seguindo um outro ditado: «Manda quem pode, obedece quem tem juízo.»

Outra ilação seria, como diz outro ditado: «Enquanto há dinheiro, há amigos.» Neste caso, se não fosse o dinheiro de Bruxelas, o PS não tinha tido esta pressa toda nem tinha tido esta insistência. Portanto, quando Bruxelas acena com aquilo a que se pode chamar «uma cenoura do PRR», o PS até insiste em medidas que já estavam no memorando do PS, o que não é de espantar, porque foi negociado convosco trazer a troica para Portugal em 2011.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Bem lembrado! O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Oh! O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Também se pode tirar deste caso a ilação — que é, por acaso, mais

para o Sr. Presidente da República — de que não é boa ideia tentar «meter o Rossio na Rua da Betesga». O Sr. Presidente da República diz, nas mensagens que envia ao Parlamento, que, ao mesmo tempo que não quer afetar a concorrência e o acesso à profissão, quer dar às ordens poderes para definir exatamente quais são os atos próprios e quais são as graduações dos atos próprios. Quer dizer, isso é como se o corporativismo em si, e a capacidade das ordens de o fazer, fosse uma coisa boa, e não é, porque, muitas vezes, não é «só quem está no convento que sabe o que lá vai dentro».

Finalmente, pedir ao PS, que é o partido mais imobilista e mais avesso a reformas que jamais houve em Portugal, que faça essas mesmas reformas, mesmo que seja para receber os milhões da Europa, lembra o ditado — e aqui o «sapateiro» juro que não é piada —: «Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?»

Risos da IL e de Deputados do PS. Porque nós, sim, sabemos tocar rabecão; não temos arrepios em relação a reformas e não as deixaríamos

ficar a meio. Teríamos, por exemplo, insistido para que metade das ordens profissionais que há em Portugal tivessem sido extintas, porque não fazem qualquer espécie de sentido, e das restantes que ficaram, que tivessem tido concorrência, porque não é com esses resquícios de corporativismo que Portugal lá vai.

Portanto, esta discussão, como já disse, mostra a grande vastidão e a profundidade da sabedoria popular. A Iniciativa Liberal sabe que não é só nesta discussão; sabe que, também a 10 de março, a sensatez da sabedoria popular vai fazer sentido, porque, Srs. Deputados, «não há mal que sempre dure».

Aplausos da IL. O Sr. Luís Soares (PS): — Nem bem que nunca acabe! O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o

Sr. Deputado Paulo Moniz. O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A reapreciação destas propostas

relativas aos estatutos das ordens profissionais, em concreto da Ordem dos Engenheiros, remete-nos para uma primeira constatação, que é a razão de ser destas ordens. As ordens profissionais existem para dar garantia de confiança pública a quem recorre a estes profissionais, de que há um organismo que assegura que os atos por eles praticados são de qualidade, estão conforme e oferecem garantias.