4 DE JANEIRO DE 2024
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Está em causa a criação do conselho de supervisão, que é criado com elementos todos eles nomeados externos às ordens. E, portanto, basicamente o que querem é mais Estado e tentar, cada vez mais, meter mais Estado em cima disto.
Mas há uma pergunta que continua sem resposta e que o PS não quer falar dela. O PS, nas últimas semanas, sobre as taxas de execução do PRR, tem feito grandes parangonas a dizer que Portugal é o segundo país que cumpriu mais metas. Mas esquece-se sempre — ainda bem que o Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias está a acenar com a cabeça — de referir um detalhe: Portugal é o segundo país porque em primeiro lugar está esse país governado por perigosos fascistas, que é a Itália, e governado por Giorgia Meloni. Um bom exemplo que os senhores deviam seguir para tentar chegar a primeiro lugar, porque, de facto, é essa extrema-direita perigosíssima que vai à frente da execução do PRR!…
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Vai à frente, vai…! O Sr. Bruno Nunes (CH): — O que acontece com esta questão das ordens é que, mais uma vez, os senhores
estão a fazer com as ordens profissionais as mesmas chantagens que fizeram com a Associação Nacional de Municípios e estão a tentar, em troca de um prato de lentilhas, legislar acerca de um assunto que é sério. E fazem-no com uma mão oculta do Estado, para tomarem conta das ordens, regularem como querem e como lhes apetece, sempre com cada vez mais Estado, numa lógica que é o caminho que o Partido Socialista atualmente tem com a nova liderança da extrema-esquerda, o que nunca iremos aceitar nem tolerar.
Aplausos do CH. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o
Sr. Deputado Nuno Carvalho. O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr. Deputado Hugo Costa, de facto, todos
esperamos que faça um esclarecimento, pois o seu principal caderno de encargos neste momento é, efetivamente, esclarecer este Parlamento porque é que chegou uma carta a dizer que esta lei tinha de ser aprovada por suposta imposição de Bruxelas.
É fundamental esclarecer esse aspeto, até porque não está em causa, nem de perto nem de longe, que se procure que o trabalho prestado não seja remunerado. O que está, sim, em causa é uma lei que remunere um trabalho prestado em função da sua qualidade, e é isso que faz um país desenvolver-se, ou seja, esse trabalho ser devidamente reconhecido. E é nesse aspeto que se fala em atos próprios: quando temos profissionais com qualidade e que prestam um serviço fundamental à sociedade.
Sr. Deputado, o que foi feito nesta lei foi precisamente retirar essa capacidade, como se vê pelos arquitetos, que assinaram uma petição, com mais de 3000 assinaturas, que chama a atenção para a importância dos seus atos próprios, da forma como eles efetivamente são necessários e importantes. E o mesmo se estende a outras ordens.
Na prática, Sr. Deputado, se não esclarecer esta matéria, o que vai ficar claramente e unicamente esclarecido é que os senhores mentiram a este Parlamento. Portanto, esclareça! É que, neste momento, só temos uma certeza: os senhores produziram uma lei que é um monstro, é um Frankenstein, é algo que nasceu para ser morto, como o próprio Sr. Deputado acabou de admitir.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Tanto trabalho!… O Sr. Nuno Carvalho (PSD): — Ao dizer «vamos revisitar este processo», Sr. Deputado, é admitir que se
produziu uma lei que não serve o seu propósito, não serve para nada e tem de voltar a ser feita. Mais do que reconhecer a vossa incompetência, primeiro, esclareçam porque é que forçaram este
Parlamento a produzir uma lei Frankenstein. Em segundo lugar, Sr. Deputado, não se preocupe, porque é o PSD que vai revisitar este processo, já o disse muito antes de os senhores anunciarem. Este processo vai ser revisto e esta lei, sim, vai proteger os mais de 600 000 profissionais e todos aqueles envolvidos sem exceção, coisa em que os senhores, única e simplesmente, falharam.